terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Perda Auditiva X Criança X Adulto

Qualquer distúrbio no processo de audição normal seja qual for sua causa, tipo ou severidade, constitui uma alteração auditiva.
A deficiência ou perda auditiva ocorre quando existe um problema em uma ou mais partes do ouvido. Para que você consiga entender melhor a deficiência auditiva do seu filho, é preciso conhecer alguns fatores e estar familiarizado com alguns termos.
 Perda Congênita e Perda Adquirida Se a criança nasceu com a deficiência auditiva é chamada de “congênita”.
 Se a deficiência apareceu após o nascimento é chamada de adquirida.
 Perda Bilateral e Perda Unilateral Se a criança possui a perda auditiva nos dois ouvidos é chamada de “perda auditiva bilateral”.
  Quando apenas um ouvido é afetado, é chamada de “perda auditiva unilateral”.

 Perda Simétrica e Perda Assimétrica No caso em que a criança apresenta perda auditiva nos dois ouvidos, quando elas são semelhantes entre si é chamada de “perda auditiva simétrica”.

 No entanto, há casos em que a perda auditiva em um ouvido é diferente da perda do outro ouuvido, sendo então chamada de “perda auditiva assimétrica”.

 Perda Progressiva Uma perda progressiva é aquela que vai se tornando pior ao longo do tempo.

 Perda Súbita A perda súbita, como o próprio nome já diz, é aquela que aparece de uma vez, rapidamente. Quando a perda súbita acontece é importante procurar imediatamente um médico para determinar sua causa e tratamento.

Perda Flutuante Em alguns casos a audição da pessoa com perda auditiva se modifica – em alguns dias está melhor e em outros dias está pior. Isto se chama “flutuação”.

 A perda auditiva flutuante pode ser um sintoma de perdas condutivas, causadas, pro exemplo por uma infecção do ouvido, mas pode estar presente em outras condições.

 Tipo da Perda Auditiva : Perda Auditiva Condutiva Neste caso a alteração está localizada no ouvido externo e/ou no ouvido médio.

 A perda condutiva ocorre quando o som não consegue passar de forma eficiente pela orelha externa e média para chegar até a cóclea.

 Isto pode acontecer devido a: - Presença de cerume (cera) excessiva no ouvido, a chamada “rolha de cera”. - Presença de líquido na orelha média como ocorre nas otites.

 Em grande parte dos casos estas perdas auditivas são temporárias e existem vários tipos de tratamentos medicamentosos ou cirúrgicos.

 Existem, no entanto, casos em que a perda auditiva condutiva é permanente.

 É o que ocorre quando existe algum tipo de malformação do ouvido, ou seja, casos em que o ouvido não se formou normalmente.
 Por exemplo, algumas crianças podem nascer sem o conduto auditivo, outras podem nascer sem os ossículos da orelha.

 Nestes casos o tratamento médico ou cirúrgico pode ser difícil ou mesmo inexistente.

Muitas vezes para tentar algum tipo de tratamento cirúrgico é necessário esperar a criança crescer.

 Se este for o caso do seu filho, converse com o seu médico otorrinolaringologista e ele poderá dar mais informações e orientações.

 Perda Auditiva Neurossensorial (ou Sensório Neural) A perda neurossensorial é causada por alguma alteração no ouvido interno ou no nervo coclear (nervo auditivo).
 Geralmente a alteração está na cóclea e, em grande para das vezes, porque as células ciliadas não estão funcionando adequadamente.

Este tipo de perda auditiva é permanente. Um exemplo é a deficiência auditiva causada pela Meningite.

 O tratamento para este tipo de perda geralmente envolve o uso do aparelho de amplificação sonora individual (“aparelho de surdez” ou “aparelho auditivo”) ou o implante coclear (“ouvido biônico).

 Perda Auditiva Mista A perda mista ocorre quando existe uma alteração no ouvido externo e/ou ouvido média e também no ouvido interno.

 Por exemplo, se a criança possui uma perda auditiva neurossensorial e contrai uma infecção no ouvido, com presença de líquido no ouvido médio, ela pode desenvolver uma perda mista.

 Este tipo de deficiência auditiva pode ocorrer também devido a fatores genéticos, por exemplo, em crianças com malformação nos ossículos da orelha média e na cóclea.

 Perda Auditiva Central Neste caso a alteração pode se localizar a partir do tronco cerebral até as regiões subcorticais e córtex cerebral.

 As perdas centrais são mais raras em crianças. Grau da Perda Auditiva O grau de deficiência auditiva é verificado por meio de um teste que identifica o menor som que a criança consegue perceber.
 Para este teste é utilizado um instrumento, chamado audiômetro.

 Da mesma maneira que você mede uma distância entre dois pontos com o metro, o audiômetro mede, em decibels, o menor volume em que uma pessoa consegue ouvir. Através de estudos realizados em pessoas com audição normal, pode-se obter uma média de valores considerados como limites da normalidade.

Considerando que o limiar de uma criança vai até 15dB, temos a seguinte classificação:

 Audição Normal: Quando a criança consegue ouvir todos os sons, até mesmo estímulos menores que 15dbB.

Deficiência Auditiva Leve: Quando a criança não consegue ouvir os sons que a natureza produz num bosque bem tranquilo, isto é, um estímulo entre 15 e 30 dB.


 Deficiência Auditiva Moderada: Quando a criança não consegue ouvir um “cochicho”, uma voz fraca ou até mesmo uma conversa, com estímulos entre 31 e 60 dB.


 Deficiência Auditiva Severa: Quando a criança não consegue ouvir entre 61 e 90 dB.

 Deficiência Auditiva Profunda: Quando a criança consegue ouvir somente sons acima de 90 dB. Ela não consegue ouvir os barulhos dos carros nas ruas e nem uma britadeira quebrando o asfalto.


 A deficiência auditiva condutiva pode ser de grau leve e moderado, enquanto que a deficiência auditiva neurossensorial pode ser de grau leve a profundo.

A deficiência auditiva pode ser classificada também como unilateral, quando acomete apenas um ouvido, e bilateral, quando acomete ambos os ouvidos.

 Conseqüências da Deficiência Auditiva no Desenvolvimento A deficiência auditiva poderá interferir no desenvolvimento da linguagem e fala da criança, interferindo no processo de aprendizagem.

 Se o bebê tiver uma deficiência auditiva, as informações da fala não irão ser processadas de maneira adequada. Desta forma, torna-se mais difícil para essa criança estabelecer as relações entre a palavra falada e o objeto ou a ação representada por ela.

 Isto pode ocasionar alterações significativas na fala e linguagem. Lembramos, porém, que as conseqüências que determinado tipo e grau de deficiência auditiva acarretam ao desenvolvimento da criança dependem, em primeiro lugar, da própria criança.

 Cada uma tem seu próprio ritmo de desenvolvimento e habilidades, independentes da deficiência auditiva. Se pensarmos em uma sala de aula, onde todas as crianças possuem praticamente a mesma idade, podemos observar que algumas têm mais facilidade para aprender matemática ou português, enquanto outras têm mais facilidade para ciências ou geografia.

 De igual modo, podemos ter crianças deficientes auditivas com o mesmo tipo e grau de perda auditiva, que se comportam de maneira diferente, devido às suas características individuais.

Cabe a nós estarmos atentos a essas características.

 De maneira geral, e para fins didáticos, as alterações esperadas, de acordo com a severidade da deficiência auditiva podem ser descritas da seguinte forma:

 Deficiência Leve Uma deficiência leve, desde que não progrida, geralmente não tem efeito significativo no desenvolvimento. Dificilmente será necessária a colocação de um aparelho auditivo na criança.

 Deficiência Moderada Uma perda moderada pode afetar e atrasar o desenvolvimento de fala e linguagem, mas não impede que a criança fale.

 Se houver intervenção e o aparelho auditivo for utilizado juntamente com um processo terapêutico, a criança irá se desenvolver quase que normalmente.


 Deficiência Severa Uma perda severa pode impedir o desenvolvimento de fala e linguagem.
 Contudo, se for feito o uso do aparelho auditivo, realizada uma boa intervenção terapêutica e houver um esforço contínuo, a criança poderá receber informações utilizando a audição para o desenvolvimento da fala, linguagem e aprendizado.

 Deficiência Profunda Se não houver intervenção, a fala e a linguagem dificilmente irão se desenvolver. Se houver uso do aparelho auditivo e intervenção terapêutica intensa, a fala e a linguagem podem ser desenvolvidas, embora de maneira lenta e com dificuldade.

 Essas crianças freqüentemente irão se valer da leitura orofacial (leitura labial). Poderão se beneficiar com implante coclear e, dependendo da criança e da estimulação que receberá, poderá desenvolver uma linguagem normal, ou próxima disso.

 Em outros casos, terão necessidade de adquirir a linguagem de sinais. A contribuição da audição como meio para o desenvolvimento de fala e linguagem irá variar muito entre as crianças deficientes auditivas profundas.

Algumas destas informações podem ser obtidas quando a criança ainda é muito pequena.
 Outras informações só serão obtidas mais tarde, quando a criança tiver idade suficiente para participar em diferentes tipos de testes da audição.

Fonte Texto nº 01:http://portaldosbebes.fob.usp.br/portaldosbebes/Portugues/index.php


Texto nº02   -   Perda Auditiva Adulto
 Levando-se em consideração todos os nossos sentidos podemos dizer que a audição é um dos mais importantes para a comunicação. 
 Mesmo enquanto estamos dormindo a audição nunca dorme, ela está sempre alerta.
 Além dos sons enriquecerem nossas vidas eles podem nos proteger de situações de perigo e nos deixar alerta.
 Ao perceber que algum parente tem dificuldades para ouvir ou mesmo se você sente alguma dificuldade, é importante consultar um médico (otorrinolaringologista) para realizar exames apropriados e uma avaliação para verificar se existe ou não a perda auditiva.

Se for diagnosticada perda auditiva, os resultados dos exames serão utilizados para determinar o tipo e o grau da mesma e seu médico indicará o tratamento mais adequado.

 Quanto mais tempo você esperar, mais difícil será para que você se acostume a usar um aparelho auditivo, pois quando não ouvimos desacostumamos com determinados sons.

 Esquecemos como é o ouvir.

Tipos e Graus de Perda Auditiva:
 Perda Auditiva Condutiva: Ocorre quando há alteração na condução aérea do estímulo sonoro pela orelha externa e/ou média.
As causas mais comuns são as infecções (otites).

Perda Auditiva Neurossensorial: O local da alteração é a cóclea e/ou nervo auditivo.
 Na cóclea encontramos uma quantidade enorme de células ciliadas, quando ocorre a perda neurossensorial há perda de células, esta perda afeta a percepção de diversos sons.

 A percepção do estimulo sonoro fica comprometida e quanto maior a perda auditiva pior é a percepção e compreensão da fala. Perda Auditiva Mista:
 A alteração está localizada na orelha externa e/ou orelha média e orelha interna.

 A figura* anexa ao texto apresenta o gráfico do audiograma com as diferentes freqüências dos sons e as intensidades mínimas e máximas que compreendem a região de 0 a 120 dB.

 De acordo com a intensidade percebida é possível classificar a perda auditiva em graus, esta classificação segue critérios de normalidade estabelecidos para crianças e adultos.

 Abaixo apresentamos um exemplo de classificação recomendada pela Organização Mundial da Saúde: Classificação da perda auditiva quanto ao grau, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 1997:

Classificação: Média das freqüências de 500,1000,2000 e 4000 Hz
Normal- 0 a 25 dBNA
 Leve-26 a 40 dBNA
 Moderado-41 a 70dBNA
Severo-71 a 90 dBNA
Profundo- ≥ 91 dBNA
Em crianças, limiares entre 15dB e 25dBNA são caracterizados como perda auditiva mínima (Northern e Downs 1984).

 Fonte: http://www.who.int/pbd/deafness/hearing_impairment_grades/en * Adaptação por Katya Gugliemi Marcondes Freire do “Hearing in Children” por Northern & Downs: Williams & Wilkins 1996; e de "Percepção da Fala: Análise Acústica do Português Brasileiro", por Russo & Behlau - Ed. Louise, 1993.

Imagem:Net

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