sábado, 22 de junho de 2013

Paralisia Cerebral


A paralisia cerebral é causada por lesão não progressiva do (SNC) imaturo nos períodos pré, peri e pós natal; e compreende um grupo de alterações no desenvolvimento dos movimentos, postura e do tônus muscular. 

Além do grau de incapacidade e das características, outros problemas podem estar associados, como convulsões, distúrbios sensoriais, cognição, comunicação, percepção e comportamento.

Referência: LIMA, César Luiz Andrade, FONSECA, Luiz Fernando; Paralisia Cerebral, 1. ed. Rio de Janeiro: Guanabara, 2004.

Causas da Paralisia Cerebral :

Dentre as causas pré-natais, além das desordens genéticas, as mais importantes são infecções congênitas (citomegalia, toxoplasmose, rubéola) e hipóxia fetal decorrente de complicações maternas, como no caso das hemorragias.

A exposição da mãe a substâncias tóxicas ou agentes teratogênicos tais como radiação, álcool, cocaína e certas medicações principalmente nos primeiros meses de gestação são fatores de risco que têm que ser considerados.

As causas perinatais estão relacionadas principalmente com complicações durante o parto, prematuridade e hiperbilirrubinemia.

As principais causas de paralisia cerebral pós-natal são infecções do sistema nervoso central (meningites e encefalites), traumatismo crânio-encefálico e hipóxia cerebral grave (quase afogamento, convulsões prolongadas e paradas cardíacas).

Referencia
LIMA, César Luiz Andrade, FONSECA, Luiz Fernando; Paralisia Cerebral, 1. ed. Rio de Janeiro: Guanabara, 2004.

Classificação:

A classificação da PC é feita de acordo com o local da lesão no SNC, da sintomatologia da topografia corporal, sendo as formas mais frequentes espástica, atetóide, atáxica e mista.

Levando-se enconta os membros atingidos pelo comprometimento neuromuscular, podemos observar:

a) Paraplegia : comprometimento dos membros inferiores;

b) Triplegia: comprometimento de três membros;

c) Quadriplegia: comprometimento de quatro membros;

d) Hemiplegia: afetados dois membros do mesmo lado;

e) Monoplegia: um membro comprometido;

f) Hemiplegia Dupla: afetados dois membros do mesmo lado, mais um membro superior

Referência
BOBATH, K.- Desenvolvimento motor nos diferentes tipos de paralisia cerebral. São Paulo, Editora Manole, 1978. 123p

Grau de Incapacidade:Vide Imagem Anexa





Global ( grau de incapacidade)




Motor Grosso




Motor Fino




Cognição




Fala




Social




Leve




Marcha independente




Sem prejuízo




QI + 70




Mais de duas palavras




Independente




Moderado




Marcha com ajuda




Função limitada




QI 50-70




Palavras isoladas




Assistido




Severo




Sem locomoção




Sem função




QI 50




Indistinta




Dependente


 Quadro conforme Minear (1956). 

Indivíduos portadores de Paralisia Cerebral, com comprometimento global leve, movimentam-se com independência, realizam atividades motoras finas, como desenhar, encaixar, recortar etc..., constróem frases com mais de duas palavras; e demonstram uma boa adaptação social.

Seu desempenho intelectual favorece a aprendizagem acadêmica.
Sujeitos com quadro moderado apresentam dificuldades na locomoção, sendo necessário suporte material e ou humano.

A motricidade fina é limitada, executando atividades sem domínio do freio inibitório. Utiliza palavras - frases na comunicação verbal.

Nas atividades da vida diária, necessitam a manutenção e assistência.

Os aspectos cognitivos limitados parecem dificultar o desempenho escolar.

As pessoas paralíticas cerebrais com dependência total ao nível da motricidade grossa e fina, com linguagem e fala comprometidos, demonstram capacidade intelectual severamente prejudicada

.Por capacidade intelectual entenda-se a possibilidade de expressão da capacidade mental.

Via de regra, não existe relação direta em “quanto maior o transtorno motor, maior o déficit mental”, principalmente porque não é previsto no quadro da Paralisia Cerebral, o déficit mental. Se houver, ele terá patogenias associadas.

Prevenção:

Acompanhamento pré-natal regular e boa assistência ao recém-nascido na sala de parto diminuem a possibilidade de certas crianças desenvolverem lesão cerebral permanente.

Por outro lado, muitas das crianças que superam situações críticas com a ajuda de recursos sofisticados das terapias intensivas neonatais modernas, principalmente os prematuros, sobrevivem, mas com sequelas neurológicas.

Portanto, apesar de ter havido uma evolução importante em termos de atendimento à gestante e ao recém-nascido na sala de parto, nos últimos 40 anos não houve uma redução significativa da prevalência da PC mesmo nos países desenvolvidos.

De qualquer forma, houve uma modificação da história natural. Muitas das formas graves de PC estão relacionadas com causas que podem ser prevenidas como hipóxia perinatal, infecções congênitas e hiperbilirrubinemia neonatal, e a prematuridade está relacionada com diplegia espástica, tipo de paralisia cerebral de melhor prognóstico.

Todo esforço para que o período gestacional seja o mais saudável possível através da manutenção de uma boa nutrição e da eliminação do uso de álcool, fumo, drogas e medicações sabidamente teratogênicas deve ser feito, pois estas medidas estarão contribuindo para a prevenção de alguns tipos de PC.

A rubéola congênita pode ser prevenida se a mulher for vacinada antes de engravidar.

Quanto à toxoplasmose materna, medidas de higiene, como não ingerir carnes mal cozidas ou verduras que possam estar contaminadas com fezes de gato são importantes. As gestantes com sorologia positiva devem ser adequadamente tratadas, diminuindo assim os riscos de infecção fetal.

A incompatibilidade Rh pode ser facilmente prevenida (vacina anti-Rh+) e identificada.

Quando a bilirrubina não conjugada no recém-nascido atinge níveis críticos, a criança deve ser submetida a ex-sanguíneotransfusão (troca de parte do volume sanguíneo).

O tratamento adequado da incompatibilidade sanguínea reduziu em muito a incidência da PC com movimentos involuntários.

No período pós-natal, uma das principais causas de PC é o traumatismo crânio-encefálico que pode ser prevenido, em algumas circunstâncias, com o uso de cadeiras de segurança especiais para crianças pequenas, ajustadas nos bancos dos automóveis.

Outra causa importante é a anóxia cerebral grave por quase afogamento e o número de crianças com lesão cerebral por quase afogamento em Brasília é relativamente elevado, justificando uma campanha de prevenção.

Algumas das infecções cerebrais podem ser prevenidas com vacinas, como por exemplo, contra sarampo, meningite meningogócica e Haemophilus influenzae.

Referência
LIMA, César Luiz Andrade, FONSECA, Luiz Fernando; Paralisia Cerebral, 1. ed. Rio de Janeiro: Guanabara, 2004.

Diagnóstico

Dificuldade de sucção, tônus muscular diminuído, alterações da postura e atraso para firmar a cabeça, sorrir e rolar são sinais precoces que chamam a atenção para a necessidade de avaliações mais detalhadas e acompanhamento neurológico.

A história clínica deve ser completa e o exame neurológico deve incluir a pesquisa dos reflexos primitivos (próprios do recém-nascido), porque a persistência de certos reflexos além dos seis meses de idade pode indicar presença de lesão cerebral.

Reflexos são movimentos automáticos que o corpo faz em resposta a um estímulo específico.

O reflexo primitivo mais conhecido é o reflexo de Moro que pode ser assim descrito: quando a criança é colocada deitada de costas em uma mesa sobre a palma da mão de quem a examina, a retirada brusca da mão causa um movimento súbito da região cervical, o qual inicia a resposta que consiste inicialmente em abdução (abertura) e extensão dos braços com as mãos abertas seguida de adução (fechamento) dos braços como em um abraço.

Este reflexo é normalmente observado no recém-nascido, mas com a maturação cerebral, respostas automáticas como esta são inibidas. O reflexo de Moro é apenas um dentre os vários comumente pesquisados pelo pediatra ou fisioterapeuta.

Depois de colhida a história clínica e realizado o exame neurológico, o próximo passo é afastar a possibilidade de outras condições clínicas ou doenças que também evoluem com atraso do desenvolvimento neurológico ou alterações do movimento como as descritas anteriormente.

Exames de laboratório (sangue e urina) ou neuroimagem (tomografia computadorizada ou ressonância magnética) poderão ser indicados de acordo com a história e as alterações encontradas ao exame neurológico.
Estes exames, em muitas situações, esclarecem a causa da paralisia cerebral ou podem confirmar o diagnóstico de outras doenças.

Referência
LIMA, César Luiz Andrade, FONSECA, Luiz Fernando; Paralisia Cerebral, 1. ed. Rio de Janeiro: Guanabara, 2004

Fonte Texto:http://paralisiacerebral.webnode.com.br/
Imagem:Net

Paralisia Cerebral








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