"Uma queimadura pode ser definida basicamente como sendo: "(...) uma lesão dos tecidos orgânicos em decorrência de um trauma de origem térmica." (GOMES, 1997)
Para MENEZES & SILVA (1998), os fatores etiológicos são:
AGENTES FÍSICOS:
Térmicos: Frio, Calor, inflamáveis e gasosos.
Eletricidade:
Radiantes: banho de sol, o mais freqüente; Raio X e Raios Gama (Césio 137 - isótopo:radioativo), os menos freqüentes.
AGENTES QUÍMICOS:
Normalmente são queimaduras produzidas por ácidos (ácido sulfúrico, por exemplo). São queimaduras, geralmente pouco extensas, mas profundas.
Segundo GOMES (1997), as queimaduras recebem a seguinte classificação quanto ao grau:
Lesão de Primeiro Grau
- Considera-se lesão de primeiro grau aquela que atinge a camada mais externa da pele, a epiderme.
Esse tipo de queimadura não provoca alterações hemodinâmicas, nem tampouco é acompanhada de alterações clínicas significativas.
Normalmente são queimaduras decorrentes de exposição ao sol, por tempo prolongado, sem utilização de proteção solar ou por água quente.
Lesão de Segundo Grau
- Considera-se a queimadura de segundo grau aquela que atinge tanto a epiderme quanto a derme, poupando a parte desta. (...)
O acometimento parcial da derme já significa que esse tecido terá condições de se recuperar, apesar de, muitas vezes, o resultado estético não ser satisfatório.
É importante complementar a definição de GOMES de que, além de um resultado estético insatisfatório, pode haver resultado insatisfatório no desempenho de funções que estão relacionadas a movimentos corporais, como por exemplo, a abertura da boca.
As queimaduras de segundo grau podem ser decorrentes, por exemplo, de escalduras ou líquidos superaquecidos.
Lesão de Terceiro Grau
- É considerada queimadura de terceiro grau aquela que acomete a totalidade das camadas da pele (epiderme e derme) e, em muitos casos, outros tecidos, como tecido celular subcutâneo, músculo e tecido ósseo.
Geralmente quando há queimaduras de terceiro grau, elas são acompanhadas de lesões de segundo e primeiro graus nas bordas da região afetada pela queimadura de terceiro grau.
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Classificação Quanto à Superfície
Outro aspecto importante a ser apresentado é a classificação quanto à superfície corporal queimada (SCQ).
Segundo MENEZES & SILVA (1998), a SCQ é usada de modo geral para classificar o paciente como:
Grande Queimado
- aquele que tem mais de 20% da área do corpo queimada;
Médio queimado
- aquele que tem de 10% a 20% da superfície do corpo queimada;
Pequeno queimado - aquele com menos de 10% da área corporal queimada.
Intervenção Fonoaudiológica
Segundo MELO (2001), em sua prática clínica, houve a oportunidade de observar que pacientes que são indicados para o atendimento fonoaudiológico geralmente são pacientes com queimaduras de segundo e/ou terceiro grau, considerados como grandes queimados, segundo à classificação quanto à superfície corporal queimada.
Pacientes com queimaduras nas regiões da cabeça e no pescoço, normalmente apresentam queimaduras em área do tronco e membros superiores.
Para MELO (2001), o fonoaudiólogo pode iniciar sua intervenção, com o paciente ainda no leito, a partir das informações obtidas em seu prontuário.
Com o paciente em estado de ferida aberta, o fonoaudiológo tem a possibilidade de aproveitar o momento para estabelecer uma relação de cordialidade, empatia, conhecendo-o,ouvindo suas queixas, sejam elas de que ordem forem, caso o paceinte tenha a possibilidade de oferecer tais informações.
Caso contrário a familia poderá auxiliar no fortalecimento dessas informações.
A proximidade do fonoaudiológo com o paciente, via relação e escuta, possibilita inclusive que o primeiro avalie qual o momento indicado para o ínicio dos procedimentos, com aplicação de técnicas e exercícios e/ou massagens.
Quando o paciente tiver alta do leito hospitalar e for acompanhado em ambulatório, os manejos da intervenção fonoaudiológica podem ser divididos em:
(1) a avaliação fonoaudiológica tendo como objetivo avaliar as funções estomatognáticas basicamente, se estão comprometidas ou não - com conclusão do diagnóstico fonoaudiológico.
A partir dai, (2) o estabelecimento de metas de tratamento, com base na avaliação.
Metas em manter a amplitude de movimentos dos orgãos fonoarticulatórios e reduzir as contraturas cicatriciais nsa regiões de face e pescoço, assim como, manutenção ou reabilitação/adaptação das funções estomatognáticas.
Ao mesmo tempo em que o fonoaudiológo dedica-se à aplicação de massagens nos tecidos aderidos e retraídos, ele deve se ater ao trabalho com as funções estomatognáticas comprometidas e/ou limitadas como seqüela de queimaduras.
O tratamento das funções estomatognáticas segue os mesmos princípios e técnicas de reabilitação na terapia miofuncional oral. Há necessidade ainda do trabalho com a mímica facial, para a manutenção da capacidade de expressão do paciente como recurso comunicativo.
Fonte:
Queimaduras: Intervenção Fonoaudiológica, 2005. In: Melo, Paulo Damasceno. Tratado de Fonoaudiologia, 2005. In: Filho, Otacílio Lopes. São Paulo: Tecmedd, 2005
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