No período neonatal a alimentação é uma atividade complexa que demanda eficiente coordenação entre sucção, deglutição e respiração.
Os recém-nascidos pré-termo (RNPT- idade gestacional abaixo de 37 semanas segundo a OMS- Organização Mundial de Saúde) comumente apresentam incoordenação entre estas atividades.
Desordens alimentares e disfagia são problemas comuns que aparecem em prematuros.
Os recém-nascidos à termo apresentam os reflexos de procura, sucção e deglutição dentro da normalidade e aprendem a associar a sucção/deglutição, durante a amamentação, com a satisfação dos desejos, a saciação e o prazer do contato com a mãe.
O RNPT frequentemente não utiliza os reflexos, acima citados, para facilitar na captação e ingestão do alimento e, ao invés de experiênciar sensações prazerosas associadas à alimentação, vivência situações aversivas como a intubação.
a aspiração pulmonar e o uso de via alternativa de alimentação, podendo ocasionar em recusa alimentar.
O estado nutricional de uma criança, ao nascer, varia de acordo com as condições de vida intra-uterina as quais esteve submetida.
O ínicio da alimentação deve ser o mais precoce possível, assim que as condições clínicas o permitam.
O leite materno é o mais indicado, mas na impossibilidade do uso deste, lança-se mão de fórmulas especiais para prematuros.
DIFERENÇAS ANATÔMICAS ENTRE BEBÊS E CRIANÇAS/ADULTOS
A cavidade oral é menor no bebê;
A mandíbula no bebê é menor e levemente retraída;
Os bebês possuem bochechas com almofadas de gordura, mas que desaparecem aos 4 ou 6 meses de vida;
A língua do bebê ocupa um espaço relativamente maior da cavidade oral, devido á retração da mandíbula e a presença das almofadas de gordura;
A língua, o palato mole, a faringe e a laringe estão elevadas na infância facilitando a respiração nasal durante a deglutição.
Recém- nascidos preferem respiração nasal;
A epiglote e o palato mole estão mais aproximados no RN atuando como mecanismo de proteção.
DISTÚRBIOS DA DEGLUTIÇÃO
Diferentes enfermidades que ocorrem na gravidez e no parto podem estar relacionadas com os quadros disfágicos nos bebês.
São consideradas por Perlman e Debrieu(1997) como antecedentes de risco para disfagia, os seguintes quadros:
Infecção congênita;
Uso de drogas pela mãe;
Anomalias craniofaciais; idade gestacional inferior a 37 semanas;
Peso ao nascer inferior a 1500g e/ou pequeno para a idade gestacional;
Asfixia peri-natal com apgar entre 0 a 4 no primeiro minuto e/ou 0 a 6 no quinto minutos;
Distúrbios metabólicos da gestante e do RN;
Ventilação mecânica por mais de 10 dias;
Meningite;
Infecções nasais e Pulmonares,
Doenças Pulmonares,
Anomalias do Sistema Respiratório;
Distúrbios neurológicos;
Refluxo gastroesofágico,
Distúrbios funcionais digestivos;
Anomalias do aparelho digestivo,
Intubação orotraqueal ou Gátrica prolongada;
Alimentação inadequada.
Autora: Iamara Jacintho de Azevedo Rios e Paula Caleffi, Disfagia Infantil, Livro de Fonoaudiologia, editora Pulso.
Fonte:http://
Imagem:Net
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