sexta-feira, 15 de março de 2013

Queimaduras x Classificação x Cuidados


As queimaduras se classificam de acordo com a profundidade e a extensão da área lesada, o que determinará a sua gravidade.

1º grau: atinge a epiderme, apresenta vermelhidão da área e é acompanhada de dor.
2º grau: a lesão atinge a epiderme e a derme, apresenta vermelhidão na área e é acompanhada de dor e aparecimento de bolhas.
3º grau: atinge as camadas mais profundas do tecido subcutâneo.

Somatório das áreas:
• Cabeça e pescoço: 9%
• Tronco anterior 18%
• Tronco posterior 18%
• Braço 9% (cada um)
• Perna 18% (cada um)
• Períneo 1%

Classificação das queimaduras:

De acordo com Santos (2003) podemos considerar um paciente de “grande queimado” quando:

Adultos: > 75 anos, com 10 % de área corporal lesada/queimada, de acordo com a regra dos nove.
Criança: < 10 anos, também com 10 % de área corporal lesada/queimada, de acordo com a regra dos nove.
As demais faixas etárias, ou seja, entre 10 e 55 anos, apresentando 20% ou mais de área corporal lesada/queimada, de acordo com a regra dos nove.

Regra dos nove:

A assistência de enfermagem deve realizar cuidados bem específicos para este tipo de paciente, pois a patologia em si causa grandes mudanças vasculares e alterações no volume do líquido corporal do paciente, a pele lesada perde a capacidade de reter calor e de manter a temperatura corporal, grande risco de infecções e outras complicações.

Os cuidados incluem:

• Instalar O2 se necessário, sob cateter nasal, até 3 l/min, ou sob máscara.
• Verificar SSVV e instalar oxímetro de pulso
• Lavar as áreas com SF 0,9% e mantê-las cobertas com gaze ou compressa úmida
• Puncionar acesso venoso de grosso calibre e manter hidratação venosa conforme prescrição médica
• Manter o material de entubação de fácil acesso, assim como o respirador.
• Dar continuidade ao plano de cuidados traçado pelo enfermeiro responsável
• Fazer curativo diário mantendo rigorosa técnica asséptica
• Controlar diurese

Noções gerais de ventilação mecânica (vm)

Segundo Machado (2004) a ventilação mecânica é qualquer método de respiração que utiliza um aparelho mecânico para aumentar ou satisfazer completamente as necessidades respiratórias do paciente.
O ventilador pulmonar é definido como um dispositivo automático conectado às vias aéreas com o objetivo de aumentar ou prover a ventilação do paciente. É o método de substituição funcional mais utilizado em terapia intensiva.

Em linhas gerais é indicada em casos de:

• Insuficiência respiratória aguda sem doença subjacente.
• Doenças neuromusculares
• Edema pulmonar, pneumonia, asma.
• Depressão do centro respiratório.
• Falência respiratória.
• Traumatismos torácicos.

A VM pode ser do tipo: invasiva ou não-invasiva.
 As Indicações para Ventilação Mecânica Invasiva são:
• Pacientes que não são capazes de manter adequada ventilação alveolar e trocas gasosas
• Pacientes que não são capazes de proteger as vias aéreas (déficit de deglutição, tosse ineficaz, com dificuldade de eliminação de secreções)
• Pacientes com Falência Muscular respiratória
• Pacientes que falharam na adaptação da Ventilação Não-Invasiva.
• Pacientes com rebaixamento do nível de consciência.

Já a ventilação não – invasiva que se trata de um suporte ventilatório que usa Máscaras Nasais ou Faciais, não sendo necessária a intubação ou traqueostomia é indicada quando temos:
• Paciente colaborativo
• Paciente capaz de proteger as vias aéreas e eliminar secreções
• Capacidade de adaptação às máscaras nasal ou facial
• Pressão arterial controlada

Este tipo de ventilação é mais vantajoso que o modo invasivo por que:
• Melhora troca gasosa,
• Minimiza desconforto respiratório,
• Diminui necessidade de hospitalizações,
• Reduz riscos de infecções respiratórias,
• Reduzem as lesões de vias aéreas superiores,
• Reduz tempo de hospitalização,
• Reduz morbidade e mortalidade,
• Baixo custo de terapia,
• Fácil manuseio.

Temos três tipos principais de ventilação:
1. Ventilação Controlada
Neste modo de ventilação não há participação do paciente, o aparelho determina todas as fases da ventilação. A sensibilidade do aparelho está desligada porque o paciente não vai colaborar neste caso.

2. Ventilação Assistida
Neste modo de ventilação, o aparelho determina o início da inspiração por um critério de pressão ou fluxo, mas o ciclo só é iniciado com o esforço do paciente. (Sensibilidade predeterminada).

3. Ventilação assistido-controlada
Este modo permite um mecanismo duplo de disparo fornecendo maior segurança para o paciente, pois o ciclo controlado entra sempre que o paciente não disparar o ciclo assistido. Utilizam-se frequências respiratórias ligeiramente abaixo da frequência espontânea do paciente para que os ciclos controlados sejam a exceção.

Segundo Machado (2004) os cuidados de enfermagem relacionados com a ventilação são:


• Controlar a existência de conexão entre o ventilador e a rede de gás, bem como os pontos do circuito e tubo endotraqueal ou cânula de traqueostomia.

• Manter o carro de urgência e o material de oxigenação, próximos ao paciente em uso de ventilação.

• Cuidado ao mobilizar o paciente, não realizando manobras bruscas para evitar pinçamento do circuito e desconexões do ventilador o que causaria danos ao estado clínico do paciente.

• As traqueias do circuito devem estar livres de água ou qualquer outra substância para evitar infecções respiratórias.

• Observar se os parâmetros programados estão de acordo com os prescritos e condizentes com o quadro clínico do paciente.

• Estar atento aos alarmes sempre que ocorram. Manter ajustados os limites máximos e mínimos programados para os alarmes, observando com frequência os avisos ópticos e evitando confusão em face de indicadores simultâneos.

• Avaliar nível de consciência, estado de agitação e adaptação do paciente a ventilação mecânica. Verificar o uso de sedativos, relaxantes musculares, para conseguir uma adequada ventilação.

Ao avaliar o paciente entubado ou traqueostomizado devem ser feitas as anotações adequadas no prontuário incluindo:

• A localização do tubo ou cânula (oral, nasal) e o tipo (traqueostomia, cricotireoidostomia, etc.);

• O tempo de permanência;

• As complicações: locais da traqueostomia (hemorragia; enfisema subcutâneo ou de mediastino; pneumotórax, perfuração de traqueia, mediastino ou esôfago; lesão de corda vocal; aspiração do conteúdo gástrico; rotura de laringe;) e as tardias (estenose traqueal ou subglótica; aspiração; fístula traqueosofágica; mudança na voz; infecção; sangramento; traqueomalacia);

• As condições de permebilidade do tubo ou cânula (obstruída desposicionamento).
• A secreção: tipo (amarela, sanguinolenta, espessa, etc.) e quantidade (pequena média e grande);
• O tipo de fixação.

Autora: Carolina Cysne
Tutora em EAD – Portal Fonoaudiologia

Fonte: http://www.portaleducacao.com.br

Imagem:Net

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