As queimaduras se classificam de acordo com a profundidade e a extensão da área lesada, o que determinará a sua gravidade.
1º grau: atinge a epiderme, apresenta vermelhidão da área e é acompanhada de dor.
2º grau: a lesão atinge a epiderme e a derme, apresenta vermelhidão na área e é acompanhada de dor e aparecimento de bolhas.
3º grau: atinge as camadas mais profundas do tecido subcutâneo.
Somatório das áreas:
• Cabeça e pescoço: 9%
• Tronco anterior 18%
• Tronco posterior 18%
• Braço 9% (cada um)
• Perna 18% (cada um)
• Períneo 1%
Classificação das queimaduras:
De acordo com Santos (2003) podemos considerar um paciente de “grande queimado” quando:
Adultos: > 75 anos, com 10 % de área corporal lesada/queimada, de acordo com a regra dos nove.
Criança: < 10 anos, também com 10 % de área corporal
lesada/queimada, de acordo com a regra dos nove.
As demais faixas
etárias, ou seja, entre 10 e 55 anos, apresentando 20% ou mais de área
corporal lesada/queimada, de acordo com a regra dos nove.
Regra dos nove:
A assistência de enfermagem deve realizar cuidados bem
específicos para este tipo de paciente, pois a patologia em si causa
grandes mudanças vasculares e alterações no volume do líquido corporal
do paciente, a pele lesada perde a capacidade de reter calor e de manter
a temperatura corporal, grande risco de infecções e outras
complicações.
Os cuidados incluem:
• Instalar O2 se necessário, sob cateter nasal, até 3 l/min, ou sob máscara.
• Verificar SSVV e instalar oxímetro de pulso
• Lavar as áreas com SF 0,9% e mantê-las cobertas com gaze ou compressa úmida
• Puncionar acesso venoso de grosso calibre e manter hidratação venosa conforme prescrição médica
• Manter o material de entubação de fácil acesso, assim como o respirador.
• Dar continuidade ao plano de cuidados traçado pelo enfermeiro responsável
• Fazer curativo diário mantendo rigorosa técnica asséptica
• Controlar diurese
Noções gerais de ventilação mecânica (vm)
Segundo Machado (2004) a ventilação mecânica é qualquer método
de respiração que utiliza um aparelho mecânico para aumentar ou
satisfazer completamente as necessidades respiratórias do paciente.
O ventilador pulmonar é definido como um dispositivo automático
conectado às vias aéreas com o objetivo de aumentar ou prover a
ventilação do paciente. É o método de substituição funcional mais
utilizado em terapia intensiva.
Em linhas gerais é indicada em casos de:
• Insuficiência respiratória aguda sem doença subjacente.
• Doenças neuromusculares
• Edema pulmonar, pneumonia, asma.
• Depressão do centro respiratório.
• Falência respiratória.
• Traumatismos torácicos.
A VM pode ser do tipo: invasiva ou não-invasiva.
As Indicações para Ventilação Mecânica
Invasiva são:
• Pacientes que não são capazes de manter adequada ventilação alveolar e trocas gasosas
• Pacientes que não são capazes de proteger as vias aéreas
(déficit de deglutição, tosse ineficaz, com dificuldade de eliminação de
secreções)
• Pacientes com Falência Muscular respiratória
• Pacientes que falharam na adaptação da Ventilação Não-Invasiva.
• Pacientes com rebaixamento do nível de consciência.
Já a ventilação não – invasiva que se trata de um suporte
ventilatório que usa Máscaras Nasais ou Faciais, não sendo necessária a
intubação ou traqueostomia é indicada quando temos:
• Paciente colaborativo
• Paciente capaz de proteger as vias aéreas e eliminar secreções
• Capacidade de adaptação às máscaras nasal ou facial
• Pressão arterial controlada
Este tipo de ventilação é mais vantajoso que o modo invasivo por que:
• Melhora troca gasosa,
• Minimiza desconforto respiratório,
• Diminui necessidade de hospitalizações,
• Reduz riscos de infecções respiratórias,
• Reduzem as lesões de vias aéreas superiores,
• Reduz tempo de hospitalização,
• Reduz morbidade e mortalidade,
• Baixo custo de terapia,
• Fácil manuseio.
Temos três tipos principais de ventilação:
1. Ventilação Controlada
Neste modo de ventilação não há participação do paciente, o
aparelho determina todas as fases da ventilação. A sensibilidade do
aparelho está desligada porque o paciente não vai colaborar neste caso.
2. Ventilação Assistida
Neste modo de ventilação, o aparelho determina o início da
inspiração por um critério de pressão ou fluxo, mas o ciclo só é
iniciado com o esforço do paciente. (Sensibilidade predeterminada).
3. Ventilação assistido-controlada
Este modo permite um mecanismo duplo de disparo fornecendo maior
segurança para o paciente, pois o ciclo controlado entra sempre que o
paciente não disparar o ciclo assistido. Utilizam-se frequências
respiratórias ligeiramente abaixo da frequência espontânea do paciente
para que os ciclos controlados sejam a exceção.
Segundo Machado (2004) os cuidados de enfermagem relacionados com a ventilação são:
• Controlar a existência de conexão entre o ventilador e a rede
de gás, bem como os pontos do circuito e tubo endotraqueal ou cânula de
traqueostomia.
• Manter o carro de urgência e o material de oxigenação, próximos ao paciente em uso de ventilação.
• Cuidado ao mobilizar o paciente, não realizando manobras
bruscas para evitar pinçamento do circuito e desconexões do ventilador o
que causaria danos ao estado clínico do paciente.
• As traqueias do circuito devem estar livres de água ou qualquer outra substância para evitar infecções respiratórias.
• Observar se os parâmetros programados estão de acordo com os
prescritos e condizentes com o quadro clínico do paciente.
• Estar atento aos alarmes sempre que ocorram. Manter ajustados
os limites máximos e mínimos programados para os alarmes, observando com
frequência os avisos ópticos e evitando confusão em face de indicadores
simultâneos.
• Avaliar nível de consciência, estado de agitação e adaptação
do paciente a ventilação mecânica. Verificar o uso de sedativos,
relaxantes musculares, para conseguir uma adequada ventilação.
Ao avaliar o paciente entubado ou traqueostomizado devem ser feitas as anotações adequadas no prontuário incluindo:
• A localização do tubo ou cânula (oral, nasal) e o tipo (traqueostomia, cricotireoidostomia, etc.);
• O tempo de permanência;
• As complicações: locais da traqueostomia (hemorragia; enfisema
subcutâneo ou de mediastino; pneumotórax, perfuração de traqueia,
mediastino ou esôfago; lesão de corda vocal; aspiração do conteúdo
gástrico; rotura de laringe;) e as tardias (estenose traqueal ou
subglótica; aspiração; fístula traqueosofágica; mudança na voz;
infecção; sangramento; traqueomalacia);
• As condições de permebilidade do tubo ou cânula (obstruída desposicionamento).
• A secreção: tipo (amarela, sanguinolenta, espessa, etc.) e quantidade (pequena média e grande);
• O tipo de fixação.
Autora: Carolina Cysne
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Fonte: http://www.portaleducacao.com.br
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