quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Dicas para cuidar da voz

Cuidados básicos que auxiliam a preservar a saúde vocal, prevenindo alterações e doenças vocais devem ser seguidos por todos, principalmente pelos que utilizam mais a voz ou com tendência a apresentar alterações vocais. Para ter uma boa voz, é preciso uma boa saúde vocal e ter boa saúde vocal significa ter uma voz clara, e limpa, emitida sem esforço e agradável ao ouvinte. O que se pode fazer para manter a voz saudável? • Beba bastante água (em temperatura ambiente) enquanto estiver falando, em pequenos goles. Um corpo permanentemente hidratado significa pregas vocais hidratadas e com melhor flexibilidade e vibração. O ideal é ingerir de 7 a 8 copos por dia, porem, a cor da urina (clara) pode auxiliar no controle de uma hidratação adequada. • Preocupe-se em manter uma alimentação equilibrada, sem grande numero de horas em jejum, mastigando bem cada alimento a ser ingerido. • Coma maçã, pois é adstringente e limpa o trato vocal. Além disso, sua mastigação exercita a musculatura responsável pela articulação das palavras. • Use roupas confortáveis e de tecidos que absorvam a transpiração. Roupas leves e folgadas são idéias para quem trabalha com a voz. Sapatos confortáveis favorecem a postura correta. • Sono regular, momentos de lazer e atividades físicas adequadas também contribuem para uma boa produção vocal. • Procure respirar sempre corretamente, levando ar até o abdômen e expandindo as costelas. Não eleve os ombros e o peito como se fosse um pombo. E o abdômen que tem de se expandir como se estivesse cheio de ar. • Enquanto estiver falando, mantenha a postura de corpo ereta, no eixo, porem relaxada, principalmente a cabeça. • Evite competir com ruídos externos durante a fala. Fique atento a eles e procure não aumentar o volume de sua voz na tentativa de superá-los. • Tente não gritar. Se for possível, opte sempre pelo microfone ao falar em publico. • Fale pausadamente e de maneira correta, articulando bem as palavras, mas sem exagero. • Ter audição normal é importante, pois o monitoramento vocal é realizado pela audição. • Ao sentir vontade de tossir ou pigarrear, respire profundamente pelo nariz e engula a saliva várias vezes ou beba água, pois essas ações provocam um forte atrito nas pregas vocais, irritando-as. • Para diminuir a tensão na região dos ombros e do pescoço, boceje e espreguice diversas vezes ao dia. • Após o uso intenso da voz, procure permanecer em repouso vocal por algum tempo. • Outro fator importante é o ambiente de trabalho. Procure discutir com seus colegas e chefes meios que possibilitem um ambiente de trabalho agradável, capaz de diminuir a tensão e favorecer o diálogo. Uma voz saudável é resultado de cuidados individuais e de ações ambientas. O que interfere na minha voz? Inimigos da voz. • Cigarro e qualquer tipo de droga irritam a mucosa do trato vocal e aumentam a sensação de pigarro, podendo causar alterações nas pregas vocais. • Bebidas alcoólicas devem ser evitadas. Alem de irritarem a mucosa do trato vocal, têm efeito anestésico, que mascara a dor de garganta. As bebidas destiladas são mais prejudiciais que as fermentadas. • Sprays, pastilhas e dropes também têm efeito anestésico, mascarando sintomas e permitindo o abuso vocal. • Alergias são consideradas prejudiciais à voz. Substancia como fumaça e poeira devem ser evitadas por pessoas alérgicas. As alterações psíquicas podem desencadear crises à medida que aumentam a sensibilidade do organismo, causada pela diminuição das defesas. • As mudanças bruscas de temperatura são prejudiciais à voz. As bebidas geladas ou muito quentes também produzem choque térmico no organismo. • Bebidas à base de cafeína, refrigerantes, frituras e alimentos pesados, gordurosos ou condimentados podem dificultar a digestão, provocando refluxo gastresofágico. Se você possui tendência à azia e má digestão, evite essas substancias. A “queimação” pode chegar às pregas vocais e irrita-las. • Pessoas com predisposição a alterações vocais devem evitar chocolate, leite e derivados antes do uso intenso da voz. Esses alimentos aumentam a secreção do muco no trato vocal, o que induz à produção de pigarro. • Ambientes com ar condicionado também devem ser evitados. Nesse caso, o resfriamento é feito com redução da umidade do ar, o que resseca a mucosa do trato vocal, prejudicando a voz. • Alguns medicamentos interferem na produção vocal. Evite a automedicação. Cuidado com receitas caseiras (gengibre, romã, vinagre e alho). Não há estudos que comprovem a eficácia desses produtos. • Ambiente de trabalho ruidoso, tenso e estressante é prejudicial à voz. Ele propicia tensão corporal e laríngea, e a emissão vocal, nessas condições, e feita com esforço, levando a um desgaste vocal. • Gritar constitui-se numas das atitudes mais agressoras para a laringe, pois nesse momento ocorre uma verdade “trombada” entre as pregas vocais. Por esse motivo, o grito deve ser evitado, ficando exclusivo para momento de perigo ou sobrevivência. • Cantar de maneira inadequada ou abusiva em videokês ou fazer parte de corais sem preparo vocal. • Falar durante os exercícios físicos: qualquer exercício de esforço muscular junto com a fala irá provocar sobrecarga na musculatura da laringe. Estando livre das tensões e mantendo a respiração adequada à fala, o profissional deve verificar de que forma está articulando as palavras. Todos os órgãos móveis da boca, tais como, língua, bochechas, lábios, palato mole e mandíbula, devem ser bem articulados, produzindo os pontos articulatórios dos fonemas e a forma bucal das vogais de maneira correta. É fundamental que haja harmonia entre a respiração e a articulação, para que a colocação da voz seja feita com naturalidade. Qualquer pessoa pode brincar com sua voz sem cometer esforço, desde que tenha um preparo. Fonte:http://www.clubedafala.com.br/ Imagem:Net

Atividades Para Estimular a Linguagem

Bem antes de começarem a falar, os bebês já usam o olhar, a expressão facial e os gestos para se comunicarem. Para que a comunicação evolua e a criança passe a fazer uso da linguagem oral, o ambiente em que ela vive deve ser rico em estímulos de todas as naturezas, particularmente a sonora. Neste sentido, os pais têm um papel fundamental na promoção deste desenvolvimento, ao poderem proporcionar as mais diversas experiências de comunicação a seus filhos. Entre estas experiências, conversar com a criança constantemente é um dos aspectos mais importantes para que ela desenvolva de forma adequada a fala e a linguagem. Seguem, abaixo, algumas sugestões de como estimular a fala e a linguagem da criança: Entre 0 e 1 ano: Responda aos balbucios e vocalizações da criança; fale com ela sempre; leia livros com figuras todos os dias; diga rimas e cante músicas; fale o nome dos objetos do dia-a-dia e das pessoas conhecidas; leve-a a novos lugares e novas situações; brinque de jogos simples como “cadê-achou”. Entre 1 e 2 anos: Encoraje os esforços da criança em falar novas palavras; fale com ela sobre tudo o que você está fazen­do quando está perto dela; fale de uma maneira simples e cla­ra; fale sobre novas situações e acontecimentos; olhe para a criança quando ela fala com você; descreva o que ela faz, sente e ouve; estimule a criança a ouvir discos de música infantil; elogie seus esforços. Entre 2 e 3 anos: Repita novas palavras diversas vezes; aju­de a criança a ouvir e a seguir ordens através de jogos: “Pegue a bola”, “Cadê o nariz da boneca?”; leve a criança a passeios e fale com ela sobre o que vocês viram; deixe-a responder per­guntas simples; leia livros todos os dias, como uma parte da rotina; ouça a criança com atenção quando ela conversa com você; descreva o que você está fazendo, planejando e pensan­do; faça a criança levar mensagens simples (ex: Vá chamar o seu amigo.); estabeleça um diálogo; faça perguntas para que a criança possa pensar e falar; demonstre à criança que você en­tende o que ela fala através de respostas, sorrisos e assentimen­tos com a cabeça; enriqueça o que ela fala, expandindo suas verbalizações. Se ela diz, “mais suco”, diga, “Você quer mais suco de laranja?”. Entre 3 e 4 anos: Fale sobre as semelhanças e as diferenças entre os objetos; ajude a criança a contar histórias usando li­vros e figuras; estimule a criança a brincar com os colegas; leia histórias mais longas para ela; preste atenção à criança quando ela está conversando; converse com ela sobre os lugares que esteve ou que irá. Entre 4 e 6 anos: Quando a criança iniciar uma conversação, preste atenção ao que diz; certifique-se que tem a atenção dela antes de falar; conforme a criança aprende novas palavras, a pronúncia pode não estar correta - encorage-a e elogie suas ten­tativas; dê uma pausa depois de falar - isto dá uma chance à criança de continuar a conversação; continue a expandir seu vocabulário introduzindo novas palavras e dando sua definição, ou usando-as em um contexto em que sejam facilmente com­preendidas; converse sobre relações espaciais e oposições; dê descrições ou dicas para que a criança identifique o que você está descrevendo; estimule a habilidade de categorizar os obje­tos, agrupando aqueles que possuem alguma similaridade (ex. alimentos, animais); fale sempre com a criança sobre os seus interesses. “Se houver alguma suspeita de que seu filho não está evoluindo da maneira esperada em sua comunicação, procure um fonoaudiólogo que possa avaliar a criança e oferecer uma orientação mais adequada ao seu caso.” site:www.fonologica.com Fonte:Shttp://linguagemnafonoaudiologia.blogspot.com.br/ Imagem:Net

Os Benefícios X Terapia Fonoaudiológica Associada à Equoterapia.

A equoterapia é definida como um método terapêutico e educacional que utiliza o cavalo dentro de uma abordagem interdisciplinar, nas áreas de Saúde, Educação e Equitação, buscando o desenvolvimento biopsicossocial de pessoas portadoras de deficiência e/ou de necessidades especiais (ANDE, 1999). Quando associada à terapia fonoaudiológica, propicia ao paciente alcançar determinados objetivos terapêuticos com maior desenvoltura. A fonoaudiologia possui íntima relação com a equoterapia, em virtude de ambas trabalharem em conjunto com patologias comuns, em casos referentes à pacientes com as seguintes indicações: • Paralisia cerebral • Acidente vascular encefálico; • Atraso no desenvolvimento neuropsicomotor; • Síndrome de Down; • Dificuldade da aprendizagem ou linguagem; • Esclerose múltipla; • Disfunção na integração social; • Traumatismo cranioencefálico, entre outras. É de suma importância ressaltar que em determinados casos tal prática é contra-indicada, por exemplo, portadores de síndrome de Down com menos de três anos, osteoporose grave, osteogênese imperfeita, tumor ósseo, ferimentos abertos sobre uma superfície de sustentação (ísquios, região medial da coxa, joelhos etc.), distúrbios ativos da saúde mental que possam ser perigosos, etc. Além do fonoaudiólogo, a equipe de equoterapia é composta por diversos profissionais como: • Fisioterapeuta • Psicólogo • Médico • Pedagogo • Psicopedagogo • Professor de Educação Física • Instrutor de Equitação • Auxiliar-guia • Tratador A produção da fala, que conduz a linguagem, requer de um tônus postural adequado, padrões normais de movimento, ritmo, posicionamento correto de cabeça e corpo, controle respiratório, coordenação fono-respiratória. O fonoaudiólogo, juntamente com a equipe de equoterapia e com base em seus conhecimentos, tem como objetivo adaptar os exercícios da sua área para a sessão de Equoterapia, de acordo com as necessidades de cada paciente, aproveitando a estimulação do meio ambiente e do cavalo, proporcionando uma terapia lúdica e prazerosa. No momento em que os exercícios são aplicados é importante utilizar da musicoterapia e das onomatopéias, por se tratar de uma estratégia que propicia estimulação de fala, da linguagem e do enriquecimento do vocabulário. Texto: Elen C. Campos Caiado Graduada em Fonoaudiologia e Pedagogia Equipe Brasil Escola Fonte:http://linguagemnafonoaudiologia.blogspot.com.br/

A VISÃO DA FONOAUDIOLOGIA NA EQUOTERAPIA

O Uso do Cavalo Como Instrumento Facilitador na Fonoaudiologia RESUMO O Fonoaudiólogo é um profissional da área da saúde que pesquisa, previne, avalia e trata as alterações da voz, fala, linguagem, audição e aprendizagem. A Equoterapia é um método terapêutico que utiliza o cavalo como instrumento de trabalho baseada na prática de atividades eqüestres e técnicas de equitação. O artigo tem o objetivo de relatar a visão do profissional de Fonoaudiologia como membro da equipe de Equoterapia. INTRODUÇÃO A Equoterapia é um método terapêutico e educacional que utiliza o cavalo dentro de uma abordagem interdisciplinar, nas áreas de Saúde, Educação e Equitação, buscando o desenvolvimento biopsicossocial de pessoas portadoras de deficiência e/ou de necessidades especiais (ANDE, 1999). O cavalo é utilizado como um meio de se alcançar os objetivos terapêuticos. Ela exige a participação do corpo inteiro, de todos os músculos e de todas as articulações. O movimento rítmico, preciso e tridimensional do cavalo, que ao caminhar se desloca para frente / trás, para os lados e para cima / baixo, pode ser comparado com a ação da pelve humana no andar, permitindo a todo instante entradas sensoriais em forma de propriocepção profunda, estimulações vestibular, olfativa, visual, auditiva e cinestésica. O praticante da equoterapia é levado a acompanhar os movimentos do cavalo, tendo que manter o equilíbrio e coordenação para movimentar simultaneamente tronco, braços, ombros, cabeça e o restante do corpo, dentro de seus limites. O movimento tridimensional do cavalo provoca um deslocamento do centro gravitacional do paciente, desenvolvendo o equilíbrio, a normalização do tônus, o controle postural, a coordenação, a redução de espasmos, respiração, e informações proprioceptivas, estimulando não apenas o funcionamento de ângulos articulares, como o de músculos e circulação sangüínea. Na fonoaudiologia sabemos que para produção da fala (condução da linguagem) precisamos ter um tônus postural adequado, padrões normais de movimento, ritmo, posicionamento correto de cabeça e corpo, controle respiratório, coordenação fono-respiratória. O movimento tridimensional do cavalo influencia diretamente em músculos do controle postural, nos músculos da cavidade oral, nos músculos da laringe e nos músculos da respiração. Portanto, temos a ação direta do cavalo favorecendo na adequação de tônus, da postura, da sensibilidade, da propriocepção e da respiração. Em paralelo, temos o profissional de fonoaudiologia atuando na equipe de Equoterapia. Com seus conhecimentos ele vai procurar adaptar os exercícios da sua área para a sessão de Equoterapia, de acordo com as necessidades de cada paciente, aproveitando a estimulação no meio ambiente e do cavalo, proporcionando uma terapia lúdica e prazerosa. Os exercícios articulatórios podem ser realizados desde o momento que se pede ao paciente para jogar um beijo para o cavalo se locomover, assim como o estalar de língua, que pode representar o barulho do animal andando. Durante toda a sessão, usa-se da musicoterapia e das onomatopéias para estimulação de fala, da linguagem e do eriquecimento de vocabulário. Outro aspecto trabalhado pelo profisional da fonoaudiologia é a Psicomotricidade. O deslocamento do cavalo impõe ao praticante um movimento doce, ritmado, repetitivo e simétrico. Para manter o equilíbrio, o tônus muscular deve adaptar-se alternadamente ao tempo de repouso e de atividade. Significa reconhecer uma atitude corporal pelo senso postural, depois reajustar sua posição. Com isso, ele é conduzido a uma melhor compreensão de seu esquema corporal. Os exercícios psicomotores não são um fim em si mesmos, mas um meio para atingir a integração do sujeito no meio físico e social, trabalhando a relação que se estabelece entre a consciência do sujeito e o mundo que o cerca. Diversos exercícios psicomotores podem ser utilizados na Equoterapia para ajudar na reabilitação. A coordenação motora engloba os movimentos amplos, finos, e a dissociação de movimentos. Já de início, ao montar o cavalo, estamos trabalhando movimento amplo e dissociação, pois o praticante tem que lançar a perna direita por cima do dorso do animal. Jogar bola, abraçar, pegar na orelha ou no rabo do cavalo, assim como dar banho e escovar são alguns exemplos para movimentos amplos e dissociação de movimentos. Estes últimos são também importantes na relação afetiva que a criança começa estabelecer com o animal, proporcionando melhora na auto-estima e auto-confiança, independência e senso de responsabilidade. O segurar a rédia com as mãos já estimula os movimentos finos, como fazer trança e pegar pequenos objetos presos na crina do cavalo ou então pegar folhinhas das árvores, visto que o trabalho é feito em ar live, o que ajuda na moticidade fina. A estimulação do esquema corporal é feita na mesma forma do consultório com suas devidas adaptações, através de nomeação, função e comparação das partes dos corpo do animal com o da criança. Posteriormente, consegue-se verificar a imagem com desenhos, que são feitos sobre a garupa do cavalo. A lateralidade também já começa a ser estimulada quando o praticante monta, pois normalmente subimos pelo lado esquerdo do animal. Adaptamos basicamente os mesmos exercícios na Equoterapia. Guiar o cavalo sozinho, por exemplo, já requer uma noção de lateralidade para que não se erre o caminho estabelecido pelas terapeutas. Por ser um trabalho ao ar livre, as precepções olfativa e auditiva são estimuldas junto a natureza. O relinchar do cavalo, a buzina do carro e da ferradura do animal, assim como o cheiro do estrume, da comida, do remédio são mostrados ao praticante. Todas as funções intelectivas, como memória, atenção, análise e síntese, organização do pensamento, orientação e organização espacial e temporal, figura-fundo, percepção visual, relação espacial, coordenação viso-motora, ritmo, estão sendo estimuldas durante qualquer tipo de exercício. Dependendo da necessidade de cada praticante, uma função será mais enfatizada através de atividades específicas e adaptadas. Na Equoterapia se faz necessária a integração de uma equipe transdisciplinar onde é fundamental o conhecimento sobre a patologia, como também sobre os efeitos da estimulação advindas do movimento tridimensional do animal no praticante. É preciso também ter habilidade suficiente para entender as necessidades deste, facilitando o processo da terapia. A Fonoaudióloga, como integrante desta equipe interdisciplinar, tem sua atuação na avaliação e diagnóstico do praticante, verificação e encaminhamento para exames específicos, quando necessário, além de, juntamente com a equipe, traçar o processo terapêutico, os planos de sessão específicos da fonoaudiologia, orientar e informar os pais sobre sua atuação na equipe, trocar informações entre outros profisionais da área fonoaudiológica que atendam o praticante fora do setting equoterápico e fazer reavaliações constantes. Todo trabalho com o ser humano é melhor realizado quando diferentes profissionais trabalham cada um em sua disciplina, mas com objetivo geral semelhante, buscando a coesão, a complementação e o enriquecimento do tratamento. Cabe à fonoaudióloga utilizar o cavalo como um recurso terapêutico, aplicando seus conhecimentos para desenvolver uma variedade de benefícios físicos, mentais, sociais, educacionais e comportamentais. Autora: Fga: Tatiana Lermontov CRFa 8331-RJ Email: tlermontov@urbi.com.br Tatiana Lermontov é Fonoaudióloga formada pela Universidade Estácio de Sá, 1996; Equoterapeuta formada pela ANDE - Brasil, 1999; Pós-Graduada em Educação e Reeducação Psicomotora pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro, 2002 Fonte:http://www.fonoaudiologia.com/trabalhos/artigos/artigo-037.htm Imagem:Net

Anatomia e Fisiologia da Voz

Este material que apresentamos aqui, vem ao encontro da necessidade de termos em mãos um material de fácil assimilação para os alunos da disciplina “Anatomia e fisiologia da voz” dos cursos de Música da UFU. Conscientes de que os Atlas de Anatomia em geral não são específicos para o ensino e aprendizagem do aparelho fonador, e que ele é formado por partes distintas de outros setores da divisão do corpo humano tradicionalmente feita pela ciência da anatomia, colocamos aqui as figuras e desenhos relacionados ao ato fônico do canto com o objetivo de facilitar o estudo e a compreensão do aluno. Todos os desenhos e figuras aqui representados receberão a devida referência de suas fontes. Vejamos abaixo as características da disciplina: Objetivos: • Conhecer e identificar músculos e estruturas anatômicas do trato vocal; • Conhecer e identificar órgãos, músculos e estruturas anatômicas coadjuvantes ao processo de fonação; • Identificar os processos e mecanismos envolvidos na produção vocal. • Fundamentar seu comportamento vocal por meio de uma utilização consciente e segura das potencialidades e limitações de seu aparelho fonador. Ementa: Conhecimentos básicos das características anatômicas, fisiológicas e acústicas da fonação em geral e do canto, em particular, que favoreçam a conscientização dos seus processos e mecanismos, possibilitando um maior controle da qualidade de emissão e segurança na sua utilização. Conteúdo programático: Noções básicas de anatomia e fisiologia relacionadas aos mecanismos e processos da fonação em geral e do canto, em particular. Cont...acesse o lick Fonte:http://www.demac.ufu.br/demac/musica/anatomia/Apostila1.pdf

Linguagem Escrita

O que é a Linguagem Escrita? É um sistema simbólico de comunicação, que normalmente surge na sequência do desenvolvimento da linguagem oral. A linguagem escrita é constituída de um nível receptivo (leitura) e um nível expressivo (escrita). Como a criança aprende a ler e a escrever? A leitura e a escrita são atividades complexas e se desenvolvem em três estágios: -logográfico: a palavra é tratada como um todo e seu reconhecimento ocorre por meio de pistas contextuais (ex: formato e cor da palavra); - alfabético: com a compreensão de que os sons representam e constituem a linguagem falada, a criança passa a utilizar uma estratégia fonológica em que há uma correspondência som-letra (fonema-grafema) para se ler e escrever; - ortográfico: uso de sequências de letras e de padrões ortográficos que permitem o reconhecimento visual da palavra. Como a criança desenvolve uma leitura competente? Através de um duplo processo que utiliza as rotas fonológica e lexical. Na rota fonológica, a pronúncia da palavra é construída através da aplicação de regras de correspondência grafo-fonêmica (em palavras novas, o aspecto auditivo da palavra é importante). Na rota lexical, o ítem escrito é reconhecido visualmente por sua forma ortográfica (em palavras mais familiares, o aspecto visual da palavra é importante). Quais os domínios que estão envolvidos na Linguagem Escrita? 1) Leitura (linguagem receptiva): a) decodificação do material escrito: . processo fonológico (associação grafema-fonema); . processo visual (reconhecimento de letras, sílabas e palavras). b) compreensão do material lido: . literal (extrair as informações principais, relacionar fatos e ações); . inferencial (analisar criticamente, fazer relações entre diversos textos). 2) Escrita (linguagem expressiva): a) codificação: escrever palavras corretas do ponto de vista ortográfico, utilizar sinais de pontuação; b) discurso: produzir textos coerentes, criativos e com diferentes intenções comunicativas. O que é um Distúrbio de Linguagem Escrita? De uma maneira geral, os distúrbios de linguagem escrita se caracterizam por uma dificuldade na aquisição e/ou no desenvolvimento da linguagem escrita. Os distúrbios de linguagem escrita podem se apresentar de forma mais específica (dislexias) ou geral (distúrbios de leitura e escrita). Quais as causas de um Distúrbio da Linguagem Escrita? A aprendizagem da leitura e da escrita requer um conjunto de diversas habilidades cognitivas em momentos diferentes do processo de aquisição. Caso estes recursos não estejam disponíveis, as habilidades de alfabetização não conseguirão prosseguir dentro do esperado. As dificuldades de linguagem escrita em crianças em idade escolar podem ser decorrentes de: . fatores intrínsecos: genéticos, hereditários, de processamento das informações (auditivo ou visual) e psicoemocionais; . fatores extrínsecos: ambientais, sociais e culturais. Como se manifestam as dificuldades de Linguagem Escrita? Estudos mais recentes consideram a linguagem escrita como parte de um continuum da linguagem oral e, as duas, como parte de um processo geral de linguagem. Portanto, aprender a ler e escrever depende de habilidades adequadas de processamento da fala. As principais dificuldades de Linguagem Escrita estão: Nos processos gerais de linguagem: . habilidades verbais e semânticas deficientes; . falhas no processamento auditivo e na consciência fonológica; . conhecimento limitado do vocabulário; . habilidades de processamento inferencial e integrativo pouco desenvolvidas. Na leitura (recepção): . déficits de decodificação gráfica; . dificuldade de compreensão do conteúdo lido. Na escrita (expressão): . disortografias (problemas ortográficos de diversas naturezas) e disgrafias (dificuldades diversas no traçado das letras); . dificuldades no discurso escrito (textos pobres de conteúdo e de coerência). Como são tratadas as alterações da Linguagem Escrita? O Fonoaudiólogo realiza, inicialmente, uma entrevista com a família (anamnese), a fim de obter todas as informações relevantes sobre a criança ou o adolescente que apresenta dificuldades. Em seguida, é feita uma cuidadosa e detalhada avaliação de Linguagem com o objetivo de identificar potencialidades e deficiências do paciente. Determinado o tipo de tratamento mais eficiente para as necessidades do paciente, dá-se início à Terapia Fonoaudiológica propriamente dita. site:www.fonologica.com Fonte:http://linguagemnafonoaudiologia.blogspot.com.br/2009_09_01_archive.html

Linguagem x Fonoaudiologia e a Síndrome Down

As pessoas com síndrome de Down apresentam atraso no desenvolvimento neuro-psico-motor, déficit cognitivo e, consequentemente, distúrbio de linguagem e também hipotonia orofacial. O setor de Fonoaudiologia da Aps Down tem por objetivo trabalhar a linguagem oral e escrita, aspectos cognitivos, motricidade orofacial, visando o desenvolvimento global e facilitando a inclusão na escola e na sociedade. A estimulação considera a idade da criança e as dificuldades apresentadas para cada faixa etária. Como a aquisição de desenvolvimento da linguagem é um processo complexo, essas crianças geralmente adquirem a linguagem mais tarde. Também apresentam alterações de fala (trocas, omissões e substituições dos fonemas) e, por conta disso, maior dificuldade de expressão do que de compreensão e tendem a utilizar os gestos como seu principal meio de comunicação. Porém esses aspectos são variáveis no desenvolvimento de cada criança. Por ser uma anomalia cromossômica, na Síndrome de Down ocorre redução do tônus dos lábios, das bochechas e da língua, esta permanece protuída e, consequentemente, ocorre falta de controle motor dos órgãos responsáveis pela articulação. O palato (”céu da boca”), na maioria das vezes, é alto e os lábios encontram-se entreabertos, o que pode ocasionar a respiração oral. O fonoaudiólogo trabalhará com o desenvolvimento do sistema estomatognático e da fala, adequando os órgãos da fala e as funções (mastigação, deglutição e respiração). Também terá por objetivo desenvolver a linguagem, orientando pais e professores sobre esse processo, já que o seu desenvolvimento se dá a partir da interação da criança com o meio em que ela vive. Embora a Síndrome de Down seja classificada como uma deficiência mental, não se pode nunca predeterminar qual será o limite de desenvolvimento do indivíduo. A educação da pessoa com Síndrome de Down deve atender às suas necessidades especiais sem se desviar dos princípios básicos da educação proposta às demais pessoas. A criança deve freqüentar desde cedo a escola, e esta deve valorizar sobretudo os acertos da criança, trabalhando sobre suas potencialidades para vencer as dificuldades. Fonte:http://linguagemnafonoaudiologia.blogspot.com.br/2009_09_01_archive.html Imagem:Net

O Desenvolvimento lingüístico do Bebê.

Desde a vida intra-uterina, o ser humano já possui um aparato auditivo. O ideal é que os pais iniciem uma interação desde a gestação através de músicas e, até mesmo, do carinho na barriga da mãe. Segundo estudiosos, foram realizadas experiências nas quais constatavam que o bebê ao ouvir a voz da mãe e as músicas que eram tocadas durante a gestação sugava a chupeta com maior força. A voz da mãe funciona como uma espécie de boas vindas logo após o nascimento, fazendo com que o bebê se sinta mais confortável e tranqüilo. Sabe-se que a linguagem é tida como um todo, porém, para que se possa compreender seu processo de aquisição é fundamental que se analise o aspecto motor que é representado pelos movimentos do aparelho fonador, nesse caso denominado de fala. O desenvolvimento da fala se inicia com o grito no momento do nascimento, nesse instante o oxigênio entra pelos pulmões do recém-nascido, expandindo-se, trazendo uma sensação desagradável. Os gritos são os primeiros sons emitidos pelo recém-nascido. À partir de duas ou três semanas o choro passa a se diferenciar, dependendo do tipo de estímulo que a criança estará exposta. Nesse momento a mãe começa a diferenciar as causas do choro (fome, dor, etc.). O desenvolvimento muscular dos órgãos da articulação (face, lábios, língua, palato e faringe) ocorre através dos reflexos de sucção, mordida, deglutição, mastigação. É fundamental estimular a criança de forma auditiva e afetiva para que se tenha um desenvolvimento da linguagem dentro dos padrões da normalidade. Curiosidades do desenvolvimento lingüístico: ● Animismo: a criança dá vida a todas as coisas, em especial aos seus brinquedos, em seguida passa a perceber que somente os animais e os homens possuem vida. ● Finalismo: tudo deve ter um fim específico, uma utilização concreta. Ex: a galinha existe para nos fornecer ovos. ● Pensamento Mágico: A criança desenvolve rituais e superstições. Ela acredita que seus pensamentos podem influenciar o seu meio. Quando levar ao Fonoaudiólogo ? No desenvolvimento da fala da criança é normal uma Dislalia de evolução,ou seja trocas ou omissões de fonemas de acordo com sua idade cronológica . Digo sempre que a criança no dia do seu aniversário de 5 anos deve cantar o Parabéns pra você todo certo e dizer Obrigado pelo presente. Se não o fizer, está na hora de procurar uma Fono,pois algumas escolas atualmente iniciam a alfabetização nesta idade,e neste caso ele começará a falar e escrever errado. Há porém casos a parte como por exemplo o atraso de linguagem . A criança às vezes fala somente as vogais aos dois anos e meio, e estando já na escola os outros coleguinhas começam a ignorá-lo ou ridicularizá-lo.Ele vai se isolando e evitando muitas vezes ir ao colégio.Está na hora de procurar uma Fono que dará a estimulação necessária ao seu desenvolvimento e orientação adequada aos pais. O Sigmatismo, projeção de língua entre dentes nos fonemas/S/ e /Z/ associado a Deglutição Atípica ,a partir de 4 anos ,podem provocar futuramente sérios problemas de projeção de arcada. Muitas vezes observa-se ainda uma respiração bucal exagerada que também deve ser tratada logo. Outra problemática de fala que preocupa os pais é a Gagueira.Assim como a Dislalia ,existe a Gagueira de evolução em crianças entre 2 e 5 anos,causadas pela perda de uma pessoa muito chegada a ele,o nascimento de um irmãozinho,separação dos pais etc.Neste caso é deixar passar sem chamar muita atenção procurando estar atento ao problema emocional causador desta Gagueira.Após os seis anos já é caso de tratamento.A fala rápida atropelada também é um tipo de gagueira que deve ser cuidada.Aos que chegaram a idade adulta com todas estas problemáticas citadas,venha tratar-se,tem jeito rápido. Fonte:http://linguagemnafonoaudiologia.blogspot.com.br/2009_09_01_archive.html Imagem: Net

A Ação Fonoaudiológica X Cuidar do Bebê Prematuro Para que ele Tenha Melhor Desenvolvimento da Linguagem.

Cuidando do Bebê Prematuro. Atualmente, o estudo do bebê prematuro tem ganhado mais ênfase. Segundo estudos O recém-nascido tem tido um enfoque merecido em diversas áreas da saúde com o objetivo de proporcionar um melhor desenvolvimento para esse. O trabalho de desenvolvido com o bebê prematuro é realizado de forma bem complexa, envolve conhecimento em neonatologia, em distúrbios da comunicação humana, da audição e de neurologia infantil. realizados, esses bebês podem apresentar alterações iniciais na formação e maturação biológica, podendo ou não ter seqüelas. Essas seqüelas que podem vir a ocorrer, podem interferir no desenvolvimento normal das seguintes partes: motora, auditiva, física e psicológica da criança, alterando o processo de aquisição e desenvolvimento da linguagem. O fonoaudiólogo atua com a equipe multidisciplinar, buscando realizar um trabalho coerente no qual venha a refletir uma concepção de desenvolvimento. A sobrevivência de um número maior de bebês prematuros depende totalmente do acompanhamento detalhado, para que esse tenha uma boa evolução. A intervenção fonoaudiológica pode ser dividida didaticamente em imediata e de seguimento. A imediata é a nível emergencial e a de seguimento refere-se à questão do acompanhamento do bebê prematuro, dependendo de condições de caráter administrativo, físico, materiais e, até mesmo, pessoais no sentido de desenvolver propostas teóricas para nortear o desenvolvimento do diagnóstico a ser dado. A ação fonoaudiológica com o bebê prematuro é bastante ampla, visto que aborda tanto os comportamentos presentes e necessários à comunicação humana quanto os eventuais distúrbios que possa vir a surgir. Ressalta-se que os padrões de normalidade usados como fonte de diagnóstico são abordados mundialmente em diferentes visões do comportamento humano. Segundo estudiosos, alguns fatores são considerados como principais riscos para a evolução da linguagem: 1. Infecção perinatal 2. Peso ao nascimento 3. Dificuldade respiratória 4. Ototóxicos 5. Alteração de sucção/ alimentação 6. Malformações, principalmente cabeça e pescoço 7. Hiperbilirrubinemia/ transfusão exasanguínea 8. Antecedentes de perda auditiva 9. Antecedentes de distúrbios da linguagem. Fonte:http://linguagemnafonoaudiologia.blogspot.com.br/search/label/fonoaudiologas%20cuidando%20de%20beb%C3%AAs%20prematuros Por Elen Cristine M. Campos Caiado Graduada em Fonoaudiologia e Pedagogia Equipe Brasil Escola

FONOAUDIOLOGIA X AVC X TRATAMENTO X PREVENÇÃO

O termo acidente vascular cerebral (AVC) significa o comprometimento súbito da função cerebral causado por inúmeras alterações histopatológicas que envolvem um ou vários vasos sangüíneos intracranianos ou extracranianos. Estas doenças cerebrovasculares constituem a terceira causa de morte no mundo. O acidente vascular isquêmico consiste na oclusão de um vaso sangüíneo que interrompe o fluxo de sangue a uma região específica do cérebro, interferindo com as funções neurológicas dependentes daquela região afetada, produzindo uma sintomatologia ou déficits característicos (Aspesi e Gobatto,2001). No acidente vascular hemorrágico existe hemorragia (sangramento) local, com outros fatores complicadores tais como aumento da pressão intracraniana, edema (inchaço) cerebral, entre outros, levando a sinais nem sempre focais (Aspesi e Gobatto,2001 TRATAMENTO E PREVENÇÃO Inicialmente deve-se diferenciar entre AVC isquêmico ou hemorrágico. O tratamento inclui a identificação e controle dos fatores de risco, o uso de terapia antitrombótica e endarterectomia (cirurgia para a retirada do coágulo da artéria) de carótida em alguns casos selecionados. A avaliação e o acompanhamento neurológicos regulares são componentes importantes para a prevenção bem como o controle de hipertensão, diabete, suspensão do tabagismo que acabam por diminuir a incidência de AVC. Torna-se importante a formação de uma equipe multiprofissional cada qual com suas especialidades, mas unidos para uma só razão: de beneficiar o paciente lesado por um acidente vascular cerebral. Cabe a Fonoaudiologia atuar com estes pacientes na prevenção de seqüelas, assim como, no restabelecimento das funções lesadas. Este é o principal objetivo da Fonoaudiologia Hospitalar. Ao observarmos o quadro acima, podemos nos ater em duas áreas correlacionadas a fonoaudiologia, o lobo frontal e temporal nos quais se encontram as Área de Broca, o córtex responsável pela motricidade da fala, e a Área de Wernicke , o córtex responsável pela compreensão verbal, áreas diretamente ligadas a comunicação humana e de responsabilidade do fonoaudiólogo. Outra função muito importante, que pode ser afetada por um AVC, pode ser a Deglutição. O Centro da deglutição localiza-se no mapa a cima na região descrita por Base do Cérebro, onde nesta área encontram-se os nervos cranianos responsáveis pelas funções oro faciais. Quando atingida esta área, muitas vezes o paciente irá necessitar de via alternativa para deglutição, por não apresentar deglutição segura. Quando isto acontecer, é necessário a avaliação de um fonoaudióloga especialista neste assunto (disfagia), para verificar a real segurança do paciente. Caso ele não esteja deglutindo de forma eficaz, o alimento poderá estar indo para via respiratória e sendo aspirado pelo pulmão. O que pode gerar uma pneumonia por aspiração de alimento e complicar o quadro clínico do paciente, podendo leva-lo de volta à UTI, ou em casos mais graves, até a morte Eis a importância da avaliação de um fonoaudiólogo especialista nesta área (disfagia), muitas vezes ainda no leito hospitalar, ou nos primeiros dias após o AVC. É o fonoaudiólogo quem analisa e investiga as condições do paciente estar degluitindo de forma segura e eficaz. Há muitos aspectos a serem analisados para tal segurança. BIBLIOGRAFIA 1. ANDRÉ, Charles. Manual de AVC. 1a edição. Editora Revinter: Rio de janeiro, 1999. 2. CAMBIER,J.;MASSON,M.;DEHEN,H. Manual de neurologia. 9a edição. Editora MEDSI: São Paulo, 1999. 3. MACHADO, Ângelo. Neuroanatomia funcional. 2a edição. Editora Atheneu. Rio de Janeiro, 1993 Fernanda Pereira Figueiró Fonoaudióloga - CRFa - RS/T-RJ- 8001 Neo-Clínica Fonte eImagem:http://linguagemnafonoaudiologia.blogspot.com.br/

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O Percurso do Ar x Inspiração

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Sobre a Mastigação..

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Saúde Auditiva x Idoso

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DISLEXIA X ALUNO

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Cuidados Com a Voz

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TDAH - Transtorno do Deficit de Atenção e Hiperatividade.

Conheça mais sobre o TDAH - Transtorno do Deficit de Atenção e Hiperatividade. Os indivíduos com TDAH geralmente apresentam alguns distúrbios de aprendizagem, muitas vezes na leitura e/ou escrita, por essa razão o FONOAUDIÓLOGO pode colaborar bastante no tratamento desses pacientes. PROCURE UM FONOAUDIÓLOGO! Acessem, curtam e compartilhem no facebook: Dia a Dia Fonoaudiologia

As Fases da Mastigação







A mastigação é a mais importante função estomatognática. Consiste na ação de morder e triturar o alimento. Trata-se de uma atividade bastante complexa, altamente dinâmica que exige das fibras aferentes total controle e sincronia da musculatura orofacial.

A mastigação é um ato complexo que envolve atividades neuromusculares e digestivas. Sua função principal é fragmentar o alimento em partículas cada vez menores, preparando-as para a deglutição adequada, e, em seguida, para a digestão.

Outra função mastigatória é promover uma ação bacteriana sobre os alimentos colocados na boca, durante a trituração para a formação do bolo alimentar. Além disso, a mastigação também proporciona a força e a função necessárias para o desenvolvimento normal dos ossos maxilares, além da manutenção dos arcos dentais.

Conheça a seguir as três fases da mastigação, segundo Tanigute (2005):
I. Incisão: A mandíbula eleva-se em protrusão, apreendendo o alimento entre os dentes incisivos. Aumenta a intensidade da contração muscular elevadora de mandíbula, determinando movimentos oscilatórios até o alimento ser cortado.
II. Trituração: Os alimentos são transformados em partículas menores. A trituração é executada pelos dentes pré-molares.
III. Pulverização: Momento em que as partículas alimentares formadas durante a trituração são transformadas em elementos ainda menores.

Os músculos da mastigação são divididos em masseter, temporal, pterigóideo medial e pterigóideo lateral. Eles são responsáveis pelos movimentos de fechar a boca, deslizar a mandíbula para frente e para trás e também pelos movimentos mandibulares laterais.

Referência: Tanigute, C.C. Desenvolvimento das funções estomatognáticas. In: Marchesan, I.Q. Fundamentos em Fonoaudiologia: Aspectos clínicos da Motricidade Oral. Guanabara-Koogan, 2005.

Fonte:http://sabrinaleaofono.blogspot.com.br/
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Orientações Fonoaudiológicas Para Bebês x Fissuras Labiopalatinas

1. A alimentação ideal é o aleitamento materno, porém se a opção for a mamadeira, deve ser usado o bico ortodôntico.

2. A postura para a alimentação deve ser totalmente verticalizada, impedindo assim uma possível aspiração bronco pulmonar ou o desvio do leite para a tuba auditiva (canal que liga a boca ao ouvido) que pode causar otites de repetição devido à exposição desta tuba à entrada de agentes infecciosos.

3. O uso da chupeta ortodôntica é o mais indicado. Seu uso estimula somente a porção anterior da boca.

4. A sensibilidade intra e extra oral do bebê deverá ser estimulada por todo o primeiro ano de vida, pois é através dela que se fornecerão meios para obter um controle muscular efetivo.

5. Deve-se iniciar o acompanhamento fonoaudiológico o mais precocemente possível. Este tratamento visa fornecer os estímulos sensoriais da parte anterior da cavidade oral a fim de evitar que movimentos compensatórios se instalem, o que poderá no futuro influenciar negativamente as funções orais como sucção, mastigação, deglutição e fala.

6. A superproteção ou a falta de estimulação por parte da mãe e demais familiares devem ser evitadas, pois estes fatores atrapalham a aquisição e desenvolvimento da linguagem do bebê.

7. A presença de determinados padrões articulatórios, a hipernasalidade e as emissões nasais, podem indicar um inadequado funcionamento do esfincter velofaríngeo.

Obs: O Bebê Portador de Fissura lábiopalatina deve ter acesso ao
acompanhamento fonoaudiológico o mais precocemente possível.

 De preferência, ainda em leito hospitalar.

Fonte:http://sabrinaleaofono.blogspot.com.br/
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Mordida Aberta



A mordida aberta é a deficiência de contato entre os dentes superiores e inferiores.
 Pode ocorrer nos dentes da frente (mordida aberta anterior) e/ou nos dentes posteriores (mordida aberta posterior).

A má oclusão de mordida aberta anterior, mais comum, geralmente altera o perfil e acarreta deficiência estética do paciente, dificultando a apreensão e corte dos alimentos, além de prejudicar determinados fonemas, expondo o paciente a situações desagradáveis em seu ambiente.

A principal causa da mordida aberta nos dentes da frente são os hábitos de sucção não nutritivos como usar chupeta, a mamadeira e chupar o dedo.
 Estes hábitos são considerados normais até a criança atingir a idade de dois a três anos.
 Após esse período, os problemas ósseos e dentários tendem a ser mais difíceis de se corrigir.

O tratamento da mordida aberta anterior consiste, primeiramente, na tentativa da remoção do hábito de sucção. 
Aparelhos móveis também podem ajudar nesta fase. 
Para o tratamento em adultos, normalmente é utilizado a aparelhagem fixa (aparelho ortodôntico).
 Em alguns casos a solução poderá ser cirúrgica.

Portanto, quanto mas cedo você procurar um ortodontista, menos problemas dentários seu filho levará para o futuro. Sua consciência e seu bolso agradecem.

Fonte:http://www.desaltonacidade.com/
Imagem:Net 

Linguagem e Fonoaudiologia

Quando as Crianças Precisam de Terapia Fonoaudiológica?

Desde que nascemos, e até bem antes de nascer, somos expostos à linguagem, através de nossos pais ou responsáveis. É ouvindo os outros falarem que desenvolvemos a nossa fala. Mas o desenvolvimento da linguagem é um processo lento, e, depende da maturação cerebral da criança.

Por volta dos seis meses de vida, a criança começa a apresentar os balbúcios, que são os primeiros sons que conseguem produzir. Já com um ano, em média, aparecem as primeiras palavras com significado como “mamãe, papai”. Após esse período, o vocabulário começa a se expandir, até que com mais ou menos dois anos, a criança já pode produzir frases que contenham duas palavras, e que apresentam verbos. Até os cinco anos de idade, as crianças já devem apresentar todos os fonemas adquiridos, ou seja, o processo de aquisição da linguagem deve estar completo. Mas nem sempre isso acontece. Algumas passam por esse período de aquisição, e as trocas ou omissões de letras permanecem.

Alguns fatores podem contribuir para que a fala das crianças fique prejudicada. São eles:

- uso prolongado de chupeta e mamadeira, sucção de dedo ou outros objetos , pois podem prejudicar o posicionamento dos dentes, da língua e órgãos fonoarticulatórios.

- respiração oral, pode causar alteração dos órgãos fonoarticulatórios, como hipotonia de lábios, língua e bochechas, má posição da língua ao falar e ao deglutir, o que também prejudica a arcada dentária.

- má oclusão dos dentes (mordida aberta ou mordida cruzada), pode alterar o posicionamento da língua.

- alterações anatômicas da face.

- dificuldades auditivas.

- problemas emocionais/ psicológicos.

Quando se percebe que existe alguma (s) dessa (s) alterações, é imprescindível buscar ajuda de um profissional fonoaudiólogo, pois ele é capacitado para avaliar as condições da linguagem e motricidade oral, e intervir o quanto antes para que essas dificuldades não se estendam para a vida adulta.

Dicas aos pais:
Os pais devem estar atentos aos seus filhos e sempre que possível, estimular o processo de aquisição da linguagem das crianças de forma positiva, falando corretamente com elas e nunca as infantilizando (o que deve ser feito desde que são pequenas); tendo um tempo para brincar com elas e ouvi-las; ler histórias para incentivar o gosto pela leitura; cantar cantigas infantis estimulando o aprendizado de novas palavras e observar se a criança responde quando é chamada, pois às vezes perdas auditivas são percebidas tardiamente, o que dificulta o processo de aquisição normal da linguagem.

Texto:Fga.Roberta Andrighetto Nunes
Fonte:http://www.brasilclinicas.com.br/

Distúrbios da Deglutição

Conceito de deglutição: É um processo complexo que envolve estruturas relacionadas à cavidade oral, faringe, laringe e esôfago, submetidos a um controle neural que permite a condução do conteúdo oral até o estômago.

Deglutir: É um ato relativamente simples que também utiliza espaços comuns ao ato de respirar. Objetivo principal é de levar o alimento para o tubo digestivo, além de limpar o tracto respiratório de resíduos. Envolve a coordenação de um grande número de músculos para levar o material da cavidade oral até o estômago, não permi-tindo a entrada de substâncias nas vias aéreas. Exige controle neuromotor, com a participação do córtex cerebral, do tronco cerebral e dos nervos encefálicos, tais com trigêmeo (V), facial (VII), glossofaríngeo (IX), vago (X), acessório (XI) e hipoglosso (XII).

Objetivos da deglutição: Permitir uma nutrição e hidratação adequada ao indivíduo, indispensáveis à manutenção da vida.

O ato de se alimentar além de satisfazer as necessidades de sobrevivência constitui também uma fonte de prazer, caracterizando muitas como um ato social e facilitador de interação entre as pessoas.

Fases da deglutição:

a) Fase oral preparatória: Consciente e voluntária: Apreensão de alimentos.

b) Fase oral propriamente dita: Consciente e voluntária: Posição do bolo alimentar sobre a língua e termina com sua ejeção para a faringe. Quando o alimento, liquido ou saliva mais o dorso da língua toca os pilares anteriores, desencadeia-se o reflexo da deglutição, acionado pelo IX par craniano, o glossofaríngeo. Esta fase dura menos de um segundo.

c) Fase faríngea: Consciente e in-voluntária. O bolo alimentar desencadeia uma série de reflexos. Há fechamento da nasofaringe pelo palato mole, evitando a passagem do alimento para cavidade nasal, a parede posterior anterioriza-se comprime o alimento contra o dorso da língua impedindo o seu retorno para a cavidade oral. Ocorre o fechamento da glote pala ação da epiglote protegendo a via aérea, a respiração é suspensa temporiamente, no mesmo mo-mento ocorre à suspensão do osso hióide e músculos supra-hioideos e por fim a aber-tura do músculo cricofaríngeo, o qual permite a passagem do bolo alimentar para o esôfago.

d) Fase Esofágica: Inconsciente e involuntária. Transferência do bolo alimentar do esôfago para o estômago por meio de movimentos peristálticos.

Distúrbios da deglutição:

Permanência do alimento na boca, regurgitação nasal, engasgos e tosse durante a alimentação e dor ao deglutir podem ser sinais de disfagia.

A definição mais comum para a disfagia é a dificuldade no trânsito do conteúdo oral (alimento, líquido, saliva) para o estômago. Pode atingir qualquer fase da deglutição desde a fase oral até a fase esofágica.

A disfagia é uma situação que prejudica crianças e adultos.

Os distúrbios da deglutição podem ser por:

Processos mecânicos decorrentes por patologias de cabeça e pescoço espe-cialmente os cânceres de via aérea digestiva superior, esôfago, trauma complexo com perda de substâncias de cavidade oral, estruturas da laringe, faringe, e esôfago superior.

Processos funcionais tais como refluxo gastro-intestinal e problemas digestivos.

Processos neurológicos: Estes podem ter origem por acidente vascular cerebral ou por trauma crânio encefálico. E estão tornando-se cada vez mais freqüentes e importante devido aos diferentes graus de morbidade.

Os distúrbios da deglutição são bastante freqüentes nos pacientes neurológicos e naqueles com doenças ou seqüela de cirurgia de cabeça e pescoço, sendo causa de importante morbidade e mortalidade. As alterações motoras e sensitivas da laringe, principalmente aquelas de origem neu-rológica, ainda não são bem conhecidas.

Com o envelhecimento ocorre diminuição gradativa da sensibilidade orofaríngea e laríngea, que pode ser potencializada por outras alterações neurológicas.

Nos adultos as etiologias da disfagia, além de patologias de cabeça e pescoço como o câncer e a repercussão do tratamento dessa neoplasia na cavidade oral, língua, laringe, faringe e esôfago, há uma outra etiologia importantíssima relacionada a doenças do sistema central e periférico que podem interferir em níveis variados da deglutição tais como esclerose amiotrófica lateral, miastenia gravis, polimiosites, doenças auto imunes, acidente vascular cerebral e trauma craniencefálico.

É importante ressaltar o acidente vascular cerebral, seja isquêmico ou hemorrágico, cuja incidência é elevada no nosso meio. Em conseqüência pode ter várias seqüelas; entre elas graus variados de disfagia Este quadro de disfagia pode acarretar nas pneumonias aspirativas debilitando e prejudicando a recuperação dos pacientes. As pneumonias aspirativas podem ter várias causas, porém, sua forte associação com disfagia torna o estudo do aparelho degluto fonador essencial para o diagnóstico e tratamento destas e outras graves complicações respiratórias. Assim sendo, quanto maior o número de dados obtidos sobre o funcionamento da laringe e do aparelho degluto fonador, maior a chance de compreensão dos mecanismos envolvidos na aspiração. O tratamento é de caráter multidisciplinar. Entre os exames mais utilizados são nasofibrolaringoscopia para o estudo da deglutição o qual deve seguir um protocolo rigoroso para o estudo das várias etapas da deglutição, além da videofluoroscopia pois ambos se complementam na avaliação não havendo diferenças significativas entre eles quando usados isoladamente.

Nas crianças, as causas mais freqüentes são prematuridade, anomalias craniofaciais, meningite, doenças pulmonares, distúrbios neurológicos (paralisia cerebral, síndromes), refluxo gastroesofágico e distúrbios funcionais digestivos.

Podemos verificar também a presença de outras causas de disfagia, tais com problemas de alterações psicológicas e a disfunção esofagiana.

É importante a integralização das várias especialidades envolvidas no problema de base do paciente, seja a cirurgia de cabeça e pescoço, otorrinolaringologia, neurocirurgia/neurologia, cirurgia buco-maxilo-facial, pneumologia, gastroenterologia, fonoaudiologia, oncologia, radioterapia, radiologia, pediatria, cirurgia pediátrica, fisioterapia, nutrição, entre outros.

Texto:Dra. Maria da Graça Caminha Vidal
Cirurgia de Cabeça e Pescoço / CRM 15.078
Fonte:http://www.brasilclinicas.com.br/

Fases da Deglutição:Conceito e Ilustração

a) Fase oral preparatória: Consciente e voluntária: Apreensão de alimentos.

b) Fase oral propriamente dita: Consciente e voluntária: Posição do bolo alimentar sobre a língua e termina com sua ejeção para a faringe. Quando o alimento, liquido ou saliva mais o dorso da língua toca os pilares anteriores, desencadeia-se o reflexo da deglutição, acionado pelo IX par craniano, o glossofaríngeo. Esta fase dura menos de um segundo.

c) Fase faríngea: Consciente e in-voluntária. O bolo alimentar desencadeia uma série de reflexos. Há fechamento da nasofaringe pelo palato mole, evitando a passagem do alimento para cavidade nasal, a parede posterior anterioriza-se comprime o alimento contra o dorso da língua impedindo o seu retorno para a cavidade oral. Ocorre o fechamento da glote pala ação da epiglote protegendo a via aérea, a respiração é suspensa temporiamente, no mesmo mo-mento ocorre à suspensão do osso hióide e músculos supra-hioideos e por fim a aber-tura do músculo cricofaríngeo, o qual permite a passagem do bolo alimentar para o esôfago.

d) Fase Esofágica: Inconsciente e involuntária. Transferência do bolo alimentar do esôfago para o estômago por meio de movimentos peristálticos.

Texto:Dra. Maria da Graça Caminha Vidal
Cirurgia de Cabeça e Pescoço / CRM 15.078
Fonte:http://www.brasilclinicas.com.br/

A Laringe x Anatomia x Processos Inflamatórios x Tumores

Introdução
Podemos dizer com certeza que o laringe ocupa um dos principais papeis na complexa dinânima da comunicação entre os seres humanos. 

A fala é o produto de uma espetacular evolução que vem ocorrendo hà milhões de anos entre os seres que habitam este planeta, evolução esta que, manifestando-se mais claramente na raça humana, facilitou enormemente a troca de experiencias e sentimentos que foram traduzidos em resultados fantásticos para a população de um modo geral.

O ato de falar, que nos parece simples superficialmente, envolve um grande número de estruturas e não depende, como veremos adiante, apenas das cordas vocais. 

O tom fundamental da voz (TF) é produzido através da vibração das cordas vocais (CV) que se encontram no interior do laringe.
 Esta vibração é desencadeada pela coluna aérea oriunda dos pulmões durante a fase expiratória da respiração. 
Ao atravessar a região glótica (entre as CV), o ar é entrecortado por aduções rítmicas de várias frequências das cordas vocais nascendo então o TF. 
Quanto maior for o numero de vibrações por segundo (frequência) mais agudo será o som produzido. Inversamente, quanto menor for a frequência das vibrações, menor será a frequência do som.
 Os sons de baixa frequência são os sons graves e os sons de alta frequência são os sons agudos. 
Entre estes extremos, encontramos os sons intermediários ou sons médios.
 Dito isto, podemos ver que a voz humana possue uma enorme veriedade de tons. 
Não existe, a exemplo da impressão digital, uma voz exatamente igual a outra. Semelhantes ou imitações sim, perfeitamente iguais não.

Logo após ser produzido o TF ascende em direção ao aparelho articulador da voz aonde sofrerá uma série de modificações através do aparelho articulador buco-faringeo, nariz e estruturas anexas como os seios da face.

 Vejam bem, a voz quando ainda a nível das cordas vocais, não pode ser entendida como tal e é totalmente imcompreensível.
 Tente por exemplo abrir a bôca e emitir o som “A”. É fácil não?. Agora sem mexer um músculo facial, isto é, com a bôca aberta tente dizer “PA” ou mesmo “LA”. Impossível não é?. Para emitir o “PA” você teve obrigatoriamente que usar os lábios para acrescentar o P na sua tentativa de dizer “PA”. Com o “LA” você usou a lingua.
 E assim por diante. Cada sílaba, cada palavra, engloba uma enormidade de estruturas como lábios, dentes, lingua, palato, bochechas, nariz, seios da face entre muitos outros que, no conjunto, são conhecidos como sistema articulador buco-facial.
 A voz portanto, resulta da integração da laringe com este sistema, ambos na dependência de um perfeito comando central.

Os distúrbios que ocorrem na produção do TF da voz são conhecidos como disfonias e obrigatoriamente dever ser diferenciados dos que ocorrem na articulação da voz como as dislalias, disartrias entre outros que são da alçada da fonoaudiologia. Rouquidão sim, este é uma sinal clínico que deve ser sempre abordado pelo otorrinolaringologista porque é indicativo claro de patologia à nível da CV.

ANATOMIA BÁSICA
O laringe situa-se anteriormente no pescoço e em posição mediana, podendo ser facilmente percebida como uma proeminência dura e móvel que desloca-se verticalmente para cima durante a deglutição logo abaixo da região mentoniana. 

Nos primeiros anos de vida, o laringe encontra-se situado mais superiormente do que no adulto. 
Este fato pode ser comprovado facilmente nas crianças através de um simples exame de garganta quando deprimimos a lingua do paciente e percebemos uma estrutura em forma de folha cartilaginosa revestida por mucosa. 
Aí temos a nossa conhecida epiglote, tão falada nos livros de pediatria.

O laringe encontra-se montado sobre o primeiro anel traqueal, fato este que faz com que a grande maioria dos autores o considerem como um anel traqueal mais diferenciado.

 Relaciona-se posteriormente com o hipofaringe, superiormente com a base da lingua, inferiormente com a traquéia e anteriormente com a glândula tireóide (Fig 1).

A armação do laringe é basicamente cartilaginosa. 

Na sua base encontramos a cartilagem cricóide que, devido a sua semelhança com um anel, recebeu este nome.
 A cricóide apresenta na região posterior um espessamento também chamado de medalhão da cricóide, o que confere ao laringe uma proteção extra nas regiões posteriores. 
Montadas sobre este medalhão posterior, encontramos 2 cartilágens idênticas com a forma de pirâmide de base triangular. São as cartilágens aritenóides.
 Estas oferecem uma proteção adicional ao esqueleto cartilaginoso da laringe novamente em sua porção posterior.
 Fechando este conjunto anteriormente encontramos uma cartilágem grande, cuja forma se assemelha a um livro aberto para trás, talvez a mais conhecida de todas.
 É a cartilágem tireóide. 
Esta protege anteriormente o restante das cartilágens e além disto, serve de suporte para a fixação do laringe no emaranhado das estruturas do pescoço principalmente no osso hióide.
 Agora, observando o esquema, perceberemos que o laringe possue uma forma de cone, aonde o diâmetro de sua abertura superior é bem maior que o inferior. Fechando como uma válvula todo este cone, temos a última cartilágem que é a epiglote.
 Esta assemelha-se a uma folha cujo pedículo insere-se no ângulo interno da cartilágem tireóide. 
Todo este conjunto de cartilágens é unido através de ligamentos e músculos, possuindo uma certa mobilidade para o perfeito funcionamento, como veremos adiante em detalhes.

As CV são estruturas ligamentares pares unidas anteriormente e inseridas exatamente no ângulo interno da cartilagem tireóide um pouco abaixo (4 a 5 mm) da inserção da epiglote.

 Caminhando no sentido posterior elas vão gradativamente se afastando da linha média, uma para cada lado para terminarem inseridas cada uma na apófise vocal de cada aritenóide formando um “V” aberto para trás .

As aritenóides possuem o poder de movimentarem-se sobre o próprio eixo.

 Assim, cada vez que a aritenóide gira para fora ela leva consigo a respectiva CV afastando-a da linha média. Logicamente, se este movimento for executado pelas duas aritenóides, as duas CV afastar-se-ão da linha média para dar passágem ao ar que entra ou sai do trato respiratório inferior através do laringe. 
Resumindo. 
As cordas afastam-se para que ocorra a respiração e aproximam-se durante a fonação.
 A compreensão deste movimento de abertura a fechamento do espaço glótico (entre as CV) é a base de toda a fisiologia da laringe.

Para que haja movimentação destas peças anatômicas existe um delicado conjunto de músculos que, distribuidos na sua maioria dentro do laringe (endolaringeos), realizam conjuntamente a função que a natureza destinou para este órgão. 

Como basicamente os movimentos do laringe são de abertura e fechamento os principais grupos musculares são os abdutores e os adutores. 
Os primeiros são obviamente muito mais importantes na respiração e os segundos na fonação. Temos ainda os tensores que participam ativamente na melhoria da qualidade vocal fornecendo timbre a voz.

O músculo responsàvel pela abertura da glote é o cricoaritenoideo posterior. Como o nome indica, insere-se na face posterior da cricóide e na apófise muscular da aritenóide.

 A sua contração provoca a rotação da aritenóide para fora, abduzindo as CV. Existe um para cada lado e este é o único músculo existente no laringe para tal função.
 Existem dois músculos para realizar a adução das cordas vocais. 
Um é o cricoaritenoideo lateral que insere-se na mesma apófise muscular da aritenóide e no bordo lateral e superior de cartilágem cricóide. 
A sua contração provoca a rotação da aritenóide para dentro do laringe, aproximando a corda vocal da linha média. 
O outro adutor é o ariaritenoideo, isto é, vai de uma aritenóide a outra. 
A sua contração desloca as duas aritenóides no sentido horizontal em direção a linha média, aproximando por conseguinte as cordas. 
Os tensores são o tíreoaritenoideo e o cricotireoideo que ao se contraírem, provocam apenas aumento de tensão na corda vocal. São, como dissemos, músculos responsáveis pela qualidade ou brilho vocal.

Para que todo este conjunto músculo cartilaginoso possa mover-se, necessitamos de uma inervação. Esta é fornecida através do nervo vago ou X par craniano.

 Os nervo laringeos inferiores direito e esquerdo são essencialmente motores enquanto que, os laringeos superiores são sensitivos.
 A lesão, seja ela uni ou bilateral dos inferiores, também chamados de recurrentes, ocasiona paralisias laringeas fechadas ou abertas de acordo com o grupo neuro-muscular atingido ou se esta paralisia é central ou pariférica. 
O nervo recurrente esquerdo, apesar da semelhança que o nome indica, é , no tocante ao seu trajeto, bastante diferente do direito.
 O esquerdo é bem mais longo que o direito.
 Emerge do X par no mediastino, contorna a crossa da aorta, mergulha novamente no mediastino subindo entre a traquéia e o esôfago, passando por cadeias ganglionares mediastínicas, plexos nervosos, glândula tireóide, vasos cervicais dentre outras estruturas, num longo trajeto para poder alcançar o laringe e desempenhar a sua função motora.
 Já o recurrente direito contorna a subclávia direita logo que sai do vago, passa pela glândula tireóide e em seguida entra no laringe.
 Por ser bem mais longo que o direito o recurrente esquerdo é muito mais sujeito a lesões sejam elas de traumáticas ou compressívas.
 Por este mesmo motivo, as paralisias recurrenciais do laringe são muito mais frequentes no lado esquerdo.

Classicamente, o interior do laringe é dividido em 3 regiões: supraglote, glote e infraglote . Estas 3 regiões possuem sintomatologia e limites específicos. 

A região supraglótica vai da entrada superior do laringe até um plano imaginário que passa horizontalmente acima das cordas vocais. 
Como esta região encontra-se muito próxima da base da lingua, chegando a tocá-la durante a deglutição, seu sintoma mais característico é a disfagia, principalmente a odinofagia nos processos inflamatórios agudos da laringe.
 A região glótica nada mais é do que o próprio espaço delimitado pelas duas cordas vocais. 
Um pouco mais estreita que a supraglote, a região glótica apresenta como principal sintoma a disfonia popularizada com o nome de rouquidão. 
Abaixo do plano das cordas vocais encontramos a região subglótica que estende-se até uma linha que passa horizontalmente pelo bordo inferior da cartilágem cricóide.
 É a mais estreita e indistensível das 3 regiões sendo por este motivo a responsável pelos sintomas dispneicos da laringe.

Entender a drenagem linfática da laringe é muito importante para a avaliação sobre o prognóstico dos tumores malignos deste orgão.

 O desenho da distribuição destes vasos assemelha-se a uma ampulheta, isto é, bastante abundante nas extremidades e escassa do centro.
 Isto significa que os carcinomas localizados na supraglote ou na infraglote disseminam-se muito mais facilmente que os carcinomas da região glótica. Inversamente, os tumores glóticos possuem prognóstico bastante favorável devido a pouca drenagem linfática desta região.
 A vascularização arterial é provida pelas artérias tireoideas.

PROCESSOS INFLAMATÓRIOS

Os processos inflamatórios do laringe como em qualquer outro órgão podem ser divididos classicamente em agudos e crônicos. 

Existem portanto as laringites agudas e as crônicas mas, obviamente, não falaremos de todas elas e sim apenas das mais importantes, isto é, aquelas que encontramos na nossa prática clínica diária.

Agudas
Os principais tipos de laringites agudas sã laringite aguda catarral, laringite estridulosa (pseudo-diftérica) e laringite diftérica.

A laringite catarral é um processo inflamatório agudo que instala-se sobre a mucosa da laringe com repercussões principalmente a nível das CV. 

Ocasiona congestão difusa desta mucosa com edema liso desta e diminuição da mobilidade do aparelho fonador. 
Pode ser desencadeada por inúmeros fatores como choques térmicos, uso abusivo da voz, fumo, álcool, exposição a agentes químicos, resfriados comuns etc. 
Sua instalação é rápida, (em questão de horas) provocando intensa rouquidão, sensação de aperto ao nível da laringe, tosse espasmódica e expectoração abundante tipo mucosa. 
Quando sobrevem infecção por bactérias esta expectoração torna-se amarelada e associa-se com sintomas gerais de febre e mal estar. 
Se tratar-se de etiologia virótica estes sintomas gerais apresentam-se já no inicio da doença. No adulto o quadro é bastante fácil de controlar e não temos grandes riscos.
 A sintomatologia regride dentro de 5 dias com tratamento adequado.
 Este deve obrigatoriamente incluir repouso absoluto da voz (aproximadamente 5 dias), antiinflamatórios e ou antibióticos.
 As inalações com mentol devem ser prescritas com cuidado pois se usadas em excesso ocasionam quadros graves de tosse por irritação local da endolaringe.
 A laringoscopia indireta revela edema e congestão difusos do laringe e dificuldade de coaptação das cordas vocais durante a fonação.

A laringite estridulosa ocorre principalmente em crianças devido à maior presença de tecido linfóide e conjuntivo frouxo submucoso no interior destes laringes.

 Além disto, o laringe infantil tem um diâmetro muito menor que o do adulto, favorecendo assim o surgimento de quadros obstrutivos por processos inflamatórios neste período da vida. 
Ocorre mais frequentemente em meninos e surge sempre em crianças que se recolheram à noite sem qualquer sintomatologia respiratória.
 O quadro clínico é assustador.
 A criança acorda subitamente apresentando tosse e ou choro roucos, agitação, sinais de sufocação, palidez e sudoreses intensas.
 O sinal que mais chama a nossa atenção e o estridor inspiratório ocasionado pela passágem forçada do ar inspiratório através de uma subglote edemaciada.
 Este edema forma-se facilmente também devido a facilidade com que ocorre acúmulo de líquido extravascular nas submucosas quando a criança está deitada, aumentando assim a pressão hidrostática do sangue nas regiões altas do corpo.
 Além disto, encontramos obstrução nasal. 
O tratamento de urgência deste tipo de laringite consiste basicamente em medidas simples. 
O primeiro passo é colocar, se possível a criança em pé ou sentada para facilitar a drenagem linfática da laringe e minimizar o edema da subglote. 
Vasoconstrictores nasais, compressas mornas no pescoço, e corticosteroides injetáveis são imprescindíveis. 
Tomadas estas medidas, o quadro clínico cede em questão de minutos. 
O seu tratamento profilático consiste em realizar adenoidectomia com ou sem amigdalectomia (dependendo de cada caso), já que a maioria das crianças que apresentaram crises de laringite estridulosa são portadoras de infecções de amígdalas e adenóides. 
A avaliação de fatores alergênicos também é recomendada, ao nosso ver.

Na laringite diftérica o quadro clínico, apesar de semelhante, é muito mais assustador porque sempre encontramos a criança já com diagnóstico firmado de angina diftérica. Isto quer dizer que a laringite diftérica sempre é secundária a angina diftérica.

 Atinge geralmente crianças na faixa etária de 1 a 6 anos de idade. 
As pseudo-membranas ou placas diftéricas que inicialmente forma-se na faringe, descem e invadem o laringe e, se nenhuma medida for tomada, terminam por ocluir a luz deste órgão provocando a morte da criança por asfixia.

O quadro evolutivo desta laringite apresenta-se sempre com a seguinte cronologia sintomatológica. Disfonia, dispnéia leve e asfixia. 

Da fase inicial até a final o período médio é de 4 dias.
 Na fase final a criança apresenta-se cianosada, respiração superficial, pulso acelerado, extremidades frias e indiferente ao ambiente.
 Diante de um quadro clinico confirmado de laringite diftérica em fase dispneica recomenda-se traqueostomia o mais rápido possível além da soroterapia especifica e administração de antibióticos (eritromicina), obviamente com o paciente internado e observado 24 horas por dia.
 Deve-se, mesmo após a cura do processo, acompanhar de perto estas crianças para não sermos surpreendidos pelos complicações pós-diftéricas como a síndrome de Marfan.

Existem muitos outros tipos de laringites agudas porém felizmente muitíssimo raras como a herpética, da escarlatina, tífica, reumática, erisipelatosa e a flegmonosa.

 Não discorreremos sobre elas pois como dissemos, são bastante raras e sempre associadas a uma doença de etiologia conhecida como os seus próprios nomes indicam.

Crônicas

Podemos simplificar bastante dizendo apenas que as laringites crônicas são aquelas laringites agudas que não foram adequadamente tratadas.

 Em alguns casos isto não é verdade como veremos adiante.

A principal característica da laringite crônica é a rouquidão prolongada que pode ser interrompida por breves períodos de melhoria da voz.

 O paciente apresenta o hábito de pigarrear constantemente pela manhã com eliminação de expectoração mucocatarral com ou sem tosse. 
A rouquidão pode piorar do transcorrer do dia com o uso continuado da voz. 
Suas principais causas sã Infeções respiratórias repetidas (amigdalites, sinusites, rinites), uso excessivo de ácool, fumo, inalantes tóxicos (fotógrafos, químicos, tecelões, mecânicos, bombeiros, carpinteros), uso abusivo da voz (professores, cantores, políticos), desordens sistêmicas (diabetes, doenças hepáticas, enterites), exposição prolongada a choques térmicos (pedeiros, foguistas, cozinheiros), entre muitas outras causas. 
Os tipos mais comuns de laringites crônicas são a simples, a hipertrofica e a monocordite.

Na laringite crônica simples as cordas apresentam-se congestas, edemaciadas com dilatações vasculares superficiais e cordas vocais sem o seu brilho característico.

 Como há fadiga vocal, o paciente apresenta hipertrofia compensatória das falsas cordas.
 Existe um exudato mucocatarral recobrindo as cordas vocais. Com a manutenção deste quadro sem o devido tratamento, instala-se a laringite hipertrófica com hiperplasia da mucosa das cordas vocais e piora acentudada da qualidade vocal do paciente podendo chegar ao quadro de metaplasia das cordas vocais.
 Nesta fase deve-se tomar muito cuidado pelo perigo de deixar passar um carcinoma epidermóide em fase inicial. 
A monocordite como o próprio nome indica, representa a inflamação de uma única corda vocal. 
Na presença deste tipo de laringite, deveremos sempre suspeitar de tuberculose da laringe ou de monocordite puramente vasomotora.
 Hoje em dia, com os meios ópticos disponíveis descobrimos que muitas monocordites podem ser na realidade o espelho de lesões tumorais unilaterais das cordas vocais.

O tratamento destas laringites é basicamente o mesmo das agudas. 

Afastar o paciente dos agentes causadores e se for o caso recomendar-lhe exercícios de impostação da voz. 
Nas laringites hipertóficas avançadas, recomenda-se estudo criterioso e seguimento constante do doente pelo risco do desenvolvimento do Ca.epidermóide.
 Em caso de dúvidas deve-se recorrer a microlaringoscopia sob anestesia geral para uma avaliação segura sobre o estado da mucosa da laringe em questão.

Devido a agravantes socio-econômicos crescentes em nosso país, um tipo especial de laringite crônica vem lentamente ganhando espaço.

 É a laringite tuberculosa.
 Esta é geralmente secundária a tuberculose pulmonar e instala-se na laringe secundariamente através de 3 vias: sanguínea (através dos vasos como nas tuberculoses miliares), linfática e canalicular (através da ascenção de secreções contaminadas). 
Este último tipo explica por que a localização do processo tuberculoso geralmente é na comissura posterior (região interaritenoidea) devido ao decúbito do paciente durante a noite (decúbito dorsal).
 É a via mais comum de contaminação da laringe.
 Os principais sintomas sã tosse constante espasmódica, rouquidão progressiva, disfagia dolorosa (odinafagia pela localização das lesões na supraglote) e dispnéia nas fases finais da doença. 
A deglutição dolorosa caracteristicamente irradia-se para o ouvido homolateral fazendo com que o paciente desenvolva verdadeiro pavor ao ato de deglutir. 
Com isto, alimenta-se pouco e apresenta-se quase sempre com perda acentuada de pêso.
 A laringoscopia indireta mostra lesões granulosas ulceradas ou não em várias áreas da laringe, preferentemente nas regiões posteriores com exudato purulento abundante.
 Diante destes doentes solicitaremos sempre os exames de rotina para tuberculose pulmonar como RX de tórax em AP e L, pesquisa de BK no escarro com cultura do material, teste de Mantoux.
 Em caso de dúvida, recorremos a biópsia da laringe.
 O tratamento é basicamente o mesmo da tuberculose pulmonar.
 A tuberculose de laringe pode deixar como sequela uma estenose cicatricial de difícil tratamento.

TUMORES BENÍGNOS DO LARINGE

Os tumores benígnos do laringe são bastante frequentes e falaremos apenas dos mais encontrados na nossa prática clínica. São êles os pólipos, nódulos, papilomas, cistos e granulomas.

Os pólipos nem sempre são considerados como verdadeiros tumores por alguns autores.

 Alguns chegam a enquadrá-los como uma alteração de caráter inflamatório puro e enumeram uma série de subtipos, que ao nosso ver, apenas aumentam a problemática em classificar as doenças do laringe.
 O pólipo geralmente apresenta-se como uma lesão pequena, de cor rósea e lisa no bordo de uma das CV, podendo ser pediculado (a grande maioria) ou séssil . 
Existem 2 tipos principais de pólipos. O angiomatoso e o fibroso.
 O angiomatoso sempre é relacionado com inflamações agudas do laringe e pode regredir espontaneamente sem cirurgia ao contrário do fibroso.
 O principal sintoma é a rouquidão progressiva e ocasionalmente a voz bitonal quando o pólipo tem tamanho suficiente para deslocar-se entre as CV.
 Em pólipos muito grandes e pediculados há determinadas posições em que o paciente tem a sua voz normal. Ao mudar de posição a voz torna-se rouca.
 O tratamento consiste em microcirurgia da laringe sob anestesia geral e afastamento das causas que originaram o pólipo como os processos inflamatórios crônicos, alérgicos e irritativos das vias aéreas.
 Os pólipos excepcionalmente tornam-se recidivantes após uma microcirurgia. Ocasionalmente o pólipo apresenta-se nas duas CV.

Os nódulos do laringe são os tumores benígnos mais comuns deste órgão. 

Sendo bilaterais e simétricos apresentam-se como duas pequenas saliências no bordo livre das CV na junção do terço anterior com os 2/3 posteriores destas . 
Atinge preferentemente o sexo feminino e especialmente naquelas que fazem uso abusivo da voz como cantoras, telefonistas, professoras, babás, comerciárias entre outras.
 O sintoma típico é a rouquidão progressiva que piora no fim do dia. O tratamento pode ser feito através de orientação fonoaudiológica nos casos iniciais (nódulos pequenos) e microcirurgia da laringe naquleles casos de nódulos volumosos seguida de fonoterapia.

Os papilomas do laringe merecem um pouco mais de atenção.

 Por serem lesões altamente recidivantes e incidirem mais em crianças (entre o primeiro e o sétimo ano de vida), podendo obliterar a luz do laringe, tornaram-se o “calo” do laringologista. 
Caracteristicamente possuem potencial malígno no adulto, ao contrário das crianças. 
Na criança geralmente tem aspecto multifocal localizando-se em várias áreas do laringe, dificultando bastante a sua retirada cirúrgica.
 No adulto geralmente são lesões únicas e podem ser queratinizados. Quando não diagnosticados corretamente podem levar a quadros bastantes severos de asfixia necessitando sempre de uma traqueostomia. 
O aspecto é de uma lesão vegetante de cor rósea, formadas de pequenas vesículas com um único pedículo semelhantes a uma cacho de uva. 
A mãe nos conta que a criança começou a ficar rouca já nos primeiro anos de vida e que posteriormente surgiu dificuldade respiratória progressiva resistente aos medicamentos mais comuns (antibióticos e antiinflamatórios). Existe uma clara relação entre a papilomatose juvenil recidivante (este é o nome mais adequado) e o estado nutricional das crianças afetadas.
 As crianças bem nutridas e com boa higiêne não apresentam papilomatose ou esta é muitíssimo rara estre estes.
 Hoje em dia atribue-se orígem virótica ao papiloma do laringe embora os tratamentos com imunoestimulação (interferon etc..) não interfiram no curso desta doença. 
Quando a criança aproxima-se da puberdade a tendência à recidiva desaparece, fazendo-nos pensar em dependência hormonal.
 O tratamento sempre é realizado com microcirurgia da laringe em várias sessões nas crianças.
 Chegamos mesmo acompanhar o caso de uma criança no Hosp. de Clínicas de Porto Alegre que já havia se submetido a 28 microcirurgias, sempre com recidivas, isto no anos de 1981. Aqui mesmo em nosso estado já temos alguns pacientes com mais de 10 sessões de microcirurgias da laringe. 

Ao meu ver hoje a única alternativa possível é mudar radicalmente o padrão nutricional e higiênico destas crianças, coisa que as autoridades envolvidas com o poder não sabem, não querem, não fazem e nem deixam ninguem fazer.

Os cistos são lesões unilaterais, lisas, translúcidas com conteúdo seroso ou mucoso que ocorrem sempre que tivermos obstrução de uma glândula dentro do laringe. 

Os sintomas são semelhantes aos dos pólipos e o tratamento sempre é cirurgico.

Os granulomas inespecíficos sempre ocorrem nas regiões posteriores do laringe entre as cartilágens aritenóides. 

Podem ser provocados por mau uso da voz (pacientes excessivamente tensos), reflúxo gastroesofágico ou por entubação prolongada. Podem ser uni ou bilaterais. 
O tratamento é sempre através de microcirurgia da laringe com infiltração local de corticosteróide trancirurgico no local da retirada da lesão.
 Em todas estas microcirurgias que falamos, sempre recomendamos repouso vocal por no mínimo 10 dias no pós-operatório.
 Este tipo de lesão também tem caráter recidivante porém menor que o papiloma.

TUMORES MALÍGNOS

O câncer do laringe, exatamente ao contrário do nódulos vocais, atinge quase que exclusivamente o sexo masculino e nas faixas etárias acima do 40 anos.

 Altamente relacionado com o hábito de fumar, é facilamente detectável em sua fase inicial porque o seu principal e mais precoce sintoma é a rouquidão que é progressiva e resistente a qualquer tipo de terapêutica ambulatorial.
 Posso até mesmo atrever-me a dizer que, dentro de certos limites, o Ca. de laringe diagnosticado precocemente comporta-se, em termos de prognóstico como um tumor benígno qualquer, desde que se tenha com êle o devido cuidado na condução do diagnóstico e na terapêutica adequada.
 O principal e mais comum tipo de Ca de laringe é o carcinoma epidermóide . 
Este representa mais de 95% de todos os tumores malígnos do laringe. 
Existem ainda os sarcomas mas são muitíssimos raros.
 O Ca. epidermóide pode localizar-se em vários pontos do laringe mas preferentemente inicía-se no bordo livre da corda vocal em 80% dos casos e é exatamente por isto que o seu diagnóstico precoce é bastante fácil. 
Quando localiza-se nas regiões superiores do laringe (epiglote, prega ari-epiglótica) é classificado como extrinseco.
 Quando inicía-se dentro do espaço glótico ou na sub-glote é chamado de intracavitário ou intrínseco. 
Como descrevemos acima, quanto mais nos afastamos da região glótica, mais aumentam as chances de disseminação destes tumores, ou seja, os extrinsecos têm om prognóstico sombrio se comparados com os intrínsecos .

O aspecto laringoscópico desta lesões varia muito mas, de forma geral, apresentam-se como uma lesão saliente no terço médio da CV, superfície queratinizada e halo de hiperemia circundante assemelhando-se muito a uma placa de leucoplasia com a qual sempre devemos fazer o diagnóstico diferencial.

 Este é o Ca. epidermóide inicial.
 Com o passar do tempo podem infiltrar as comissuras anterior e posterior, fixar ou limitar os movimentos das cordas, passando a acometer a CV do lado oposto quando o prognóstico muda completamente para pior. Pode também ascender em direção à supraglote ou descer em direção a infraglote. 
Quando infiltra as 3 regiões do laringe também é conhecido como Ca. epidermóide transglótico e aí sim o doente encontra-se em maus lençóis pois terminará certamente submetendo-se a uma laringectomia total com perda total da capacidade fonatória.
 Nunca é demais lembrar que rouquidão com mais de 20 dias em paciente do sexo masculino e fumante é motivo suficiente para indicarmos minuncioso estudo do laringe através de laringoscopia. Isto sim é fazer medicina preventiva. Barata, rápida, simples e eficaz.

Uma vez confirmada a suspeita de Ca.epidermóide do laringe, solicitamos sempre estudo tomográfico computadorizado do laringe e de todas as estruturas cirundantes na busca de possíveis infiltrações ou metástases para orientar o tratamento definitivo que, na maioria das vezes é cirurgico.

 Naquelas lesões classificadas como Ca. in situ no 1/3 médio da corda vocal sem fixação da mesma procedemos a retirada total através de microcirurgia da laringe e indicamos uma cobaltoterapia preventiva (6000 rads) na região operada após 8 dias da microcirurgia. 
Devemos acompanhar minunciosamente estes pacientes pelo menos mensalmente durante o primeiro anos após a cirurgia, de 2 em 2 meses no segundo ano, de 3 em 3 meses no terceiro ano e a cada 6 meses no restante da vida do paciente.
 Os tumores invasivos ou mais volumosos são tratados com cirurgias maiores, mais complicadas e mais mutilantes de acordo com o seu grau de invasão e a presença ou não de mestástases.

Prof. Dr. José Cabral
Professor da Disciplina de Otorrinolaringologia da UFRN
Fonte:http://www.brasilclinicas.com/.
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